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– 30-08-2006 |
[ Agroportal ] [ Nacional ] |
Douro: Regi�o demarcada tem 250 anos mas produ��o de vinho tem mil�niosVila Real, 29 Ago Embora s� em 1756 o Marques de Pombal tenha criado a Regi�o Demarcada do Douro, a primeira do mundo, grainhas de uvas foram encontradas numa esta��o arqueol�gica do Calcol�tico (Buraco da Pala, perto de Mirandela), com mais de tr�s mil anos. No entanto, � sobretudo no final do Impôrio Romano (s�culos III-IV), que os testemunhos da vitivinicultura come�am a tornar-se mais significativos. Segundo disse � Lusa o professor universit�rio e historiador Gaspar Martins Pereira, durante s�culos as gentes do Douro se dedicaram � constru��o dos socalcos de xisto e � produ��o de vinho. A designa��o de Vinho do Porto surgiu apenas na segunda metade do s�culo XVII, quando se iniciou a exportação deste produto, principalmente para Inglaterra. Segundo o historiador, esta designa��o está ligada � cidade do Porto, local de onde partiam os barcos carregados de vinho. Os elevados lucros obtidos com as exporta��es geraram situa��es de fraude e de adultera��o da qualidade do vinho generoso, o que levou os principais produtores de vinho a exigir a interven��o do governo. A 10 de Setembro de 1756, no reinado de D. Jos� I, foi criada a "Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro" e, nesse mesmo ano, o Marqu�s de Pombal criou, por lei, a Regi�o Demarcada do Douro (RDD). Para demarcar o espaço f�sico da mais antiga regi�o demarcada do mundo, foram instalados 335 marcos de granito, inicialmente numa extensão de apenas 40 mil hectares. S� em 1921 � que Ant�nio de Carvalho, ministro da Agricultura da I República, estabeleceu os actuais 250 mil hectares da RDD, que se estendem ao longo do vale do rio Douro e seus afluentes, de Barqueiros até Barca D’ Alva. As exporta��es de vinho do Porto cresceram a partir do final dos anos 70, mas nos meados do s�culo XIX a regi�o foi assolada por duas grandes pragas, primeiro o o�dio e depois a filoxera, que dizimou hectares de vinha. A primeira enxertia sobre a cepa americana, resistente � filoxera, foi feita por Joaquim Pinheiro de Azevedo, natural de Provesende, Sabrosa, mas s� nos finais desse s�culo � que o Douro aderiu em massa a esta t�cnica que permitiu combater uma das maiores pragas do Douro. A filoxera, a fraude, uma maior concorr�ncia e as grandes dificuldades sentidas na comercializa��o do vinho, atiraram a regi�o para uma grave crise econ�mica. As exporta��es come�aram a crescer por volta de 1917, mas poucos anos mais tarde, na d�cada de 20 e 30, o Douro viveu uma nova crise, consequ�ncia em parte da grande depressão mundial. Segundo Gaspar Martins Pereira, esta situa��o levou um "grupo de paladinos" a criar uma nova estrutura de gestáo da regi�o e, em 1932, nasceu a Casa do Douro, um dos primeiros organismos corporativos do Estado Novo de Ant�nio Oliveira Salazar. No entanto, a II Guerra Mundial veio agravar a situa��o econ�mica dos durienses, j� que a Inglaterra deixou de comprar vinhos e s� a partir dos anos 60 a regi�o come�ou a respirar de al�vio. Gaspar Martins Pereira considera que naquela altura o vinho do Porto "voltou a estar na moda nos mercados internacionais", pelo que as exporta��es aumentaram, uma situa��o que se manteve durante d�cadas. Para o historiador um outro acontecimento que "revolucionou" o Douro foi a emigra��o, porque a falta de m�o-de-obra para trabalhar nas vinhas foi o pontap� de sa�da para a "mecaniza��o" da regi�o, o que originou novas formas de plantar as vinhas. A milenar constru��o da vinha em socalcos levou a UNESCO a classificar o Alto Douro Vinhateiro, que engloba 24 mil hectares de 13 concelhos, como Patrim�nio Mundial da Humanidade em Dezembro de 2001. Actualmente � o Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP), criado em 2003, que controla e fiscaliza a produ��o dos vinhos da RDD. A coordena��o do sector � assumida pelo Conselho Interprofissional do IVDP, o qual integra a produ��o, representada pela Casa do Douro, e o com�rcio, representado pela Associa��o das Empresas de Vinho do Porto.
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