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– 15-11-2006 |
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Desertifica��o: Mais de metade de Portugal em risco dentro de 20 anosCastro Verde, Beja, 15 Nov O especialista, Eug�nio Sequeira, disse � agência Lusa que as zonas j� atingidas pela desertifica��o, quer ao nível. dos solos, quer da popula��o, são o Alentejo, o interior algarvio e toda a fronteira com Espanha, do Algarve a Tr�s-os-Montes. O presidente da Liga para a Protec��o da Natureza (LPN) falava � Lusa a prop�sito das terceiras Jornadas Ambientais da organiza��o, que decorrem entre quinta-feira e domingo no Cine-Teatro Municipal de Castro Verde (Beja), e que v�o abordar o fen�meno da desertifica��o. "Portugal � um dos países onde a desertifica��o tem especial relev�ncia e, se nada for feito nos próximos 20 anos, cerca de 66 por cento do territ�rio pode ficar deserto e seco", acentuou. Como causas deste cen�rio, que amea�a "ensombrar" mais de metade do territ�rio nacional, o especialista aludiu ao agravamento dos efeitos da seca, aos inc�ndios florestais, ao crescimento urbano indevido em terras com potencial agr�cola e � degrada��o dos solos, em resultado dos "maus usos e da polui��o". Mas, independentemente desse cen�rio futuro, cerca de um teráo do territ�rio j� sofre "uma grave desertifica��o", da qual a seca, os inc�ndios florestais e o despovoamento do interior, devido � "concentra��o excessiva da economia e da popula��o no litoral", são "express�es evidentes". "A aridez dos solos j� atinge quase todo o Alentejo e o interior algarvio", sublinhou, alertando mesmo para propor��es "quase dram�ticas" na margem esquerda do Guadiana, nos concelhos de M�rtola, Castro Marim e Alcoutim. O fen�meno não está, contudo, confinado ao Sul do país, pois, disse, "todo o interior junto � fronteira com Espanha, do Algarve a Tr�s-os-Montes, está a ficar deserto", com a perda de potencial biol�gico dos solos (desertifica��o f�sica) e de popula��o (desertifica��o humana). Para inverter esta tend�ncia de desertifica��o e "evitar os piores cen�rios", o especialista defende a adop��o de medidas "concretas e eficazes" de fixação da popula��o activa nos meios rurais, de conserva��o do solo e da �gua e de recupera��o das áreas j� afectadas. "Se nada for feito, Portugal deixar� de ser competitivo a nível. europeu, terá grandes dificuldades de abastecimento público de �gua e a qualidade de vida terá tend�ncia para se degradar", vaticinou. A investiga��o das causas e das formas para combater o fen�meno, a sensibiliza��o da popula��o e a inclusão da luta contra a desertifica��o e a seca nas pol�ticas gerais e sectoriais são outras das medidas preconizadas por Eug�nio Sequeira. Objectivos estratégicos que, ali�s, lembrou, j� estáo definidos desde 1999, quando foi lan�ado o Programa de Ac��o Nacional de Combate � Desertifica��o (PANCD). S� que, até agora, "muito pouco tem sido feito", lamentou o especialista, que participou na elabora��o do PANCD, criticando o facto do programa "praticamente não ter verbas atribu�das", o que leva � "falta de apoios para projectos de investiga��o em Portugal" sobre a tem�tica. No Ano Internacional dos Desertos e da Desertifica��o, as terceiras Jornadas Ambientais de Castro Verde da LPN re�nem mais de 30 especialistas, nacionais e estrangeiros, para "aprofundar o conhecimento público e cient�fico sobre o processo de desertifica��o". Rita Alcazar, da LPN, adiantou que o encontro pretende "discutir as implica��es ambientais, econ�micas e sociais do fen�meno, através do interc�mbio de experi�ncias, nacionais e internacionais, que fomente o desenvolvimento de medidas de mitiga��o e combate � desertifica��o". Para sensibilizar a comunidade local, o encontro come�a, quinta-feira, �s 14:30, com um debate sobre desertifica��o com os alunos da Escola Secund�ria de Castro Verde. Nos dois dias seguintes, de entre os temas em debate, destaca-se, no ambito da desertifica��o f�sica, a rela��o entre as altera��es clim�ticas, os inc�ndios e a desertifica��o, bem como as causas, os impactos e as perspectivas da seca no Mediterr�neo. A desertifica��o nos Estados Unidos da Am�rica, as iniciativas espanholas na luta contra o fen�meno e o Sistema de Avalia��o e Controlo da Desertifica��o no Mediterr�neo Ocidental são outros dos assuntos em cima da mesa. Quanto � desertifica��o humana, o encontro vai abordar o fen�meno da litoraliza��o, concentra��o urbana e despovoamento de áreas rurais, a partir das tend�ncias recentes da organiza��o espacial da popula��o no Noroeste Portugu�s (1981-2006). Os projectos Desert Watch e AquaStress, a gestáo agr�cola e florestal na Rede Natura 2000, o Plano Nacional de Desenvolvimento Rural e a Directiva Comunit�ria sobre Protec��o dos Solos são algumas das iniciativas de combate � desertifica��o em análise. O encontro termina, domingo, com uma visita ao projecto-piloto de combate � desertifica��o que a LPN está a desenvolver na Herdade de Vale Gon�alinho, em Castro Verde, desde o ano agr�cola de 2000/2001 Inserido no PANCD, o projecto decorre numa herdade da estepe cereal�fera do Campo Branco, em que a plan�cie � caracterizada por mosaicos de cereais, leguminosas e pousios, dos quais dependem aves amea�adas de extin��o como o sisão e a abetarda. "O projecto está a testar pr�ticas agr�colas de protec��o e conserva��o da terra (solo, vegeta��o e �gua) que seráo, gradualmente, difundidas junto dos agricultores da regi�o", precisou Eug�nio Sequeira.
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