“A crise climática pode ser uma realidade, mas não pode ser uma desculpa”, afirmou o primeiro-ministro grego, depois de os incêndios florestais terem devastado quintas e fábricas durante a noite.
A Europa continua a lutar contra os efeitos do tempo seco e abrasador, que está a provocar incêndios em várias regiões do continente. Do outro lado do oceano, nos EUA, cerca de 180 milhões de norte-americanos – perto de metade da população do país – estão sob vigilância e alerta de calor, com previsões de temperaturas acima de 37 graus Celsius até, pelo menos, sábado. No meio de um caos climático em vários países do hemisfério Norte, tudo indica que o mês de Julho vai bater o recorde de Junho, que tinha sido o mês mais quente de que há registo nos 174 anos de monitorização da temperatura.
Na Grécia, onde houve mais de 500 incêndios desde o início do ano, 61 incêndios florestais deflagraram em apenas 24 horas na quarta-feira. Intensificados por ventos fortes e temperaturas superiores a 40 graus Celsius, os incêndios mataram duas pessoas na zona costeira de Magnesia, a norte de Atenas, elevando para cinco o número de mortos devido aos incêndios, e obrigaram a uma nova vaga de evacuações.
Nesta região, foi preciso evacuar partes da cidade de Nea Aghialos, onde foram ouvidas explosões num depósito de munições. De acordo com a televisão estatal ERT, o depósito de munições pertencia às forças aéreas gregas, mas não terá causado feridos.
Os incêndios que lavram desde 19 de Julho na ilha de Rodes obrigaram à retirada de cerca de 20 mil pessoas durante o fim-de-semana. Milhares de turistas foram obrigados a regressar a casa e os operadores turísticos cancelaram as próximas viagens.
O primeiro-ministro, Kyriakos Mitsotakis, reconheceu que a Grécia precisa de tomar mais medidas para combater os efeitos das alterações climáticas, depois de os incêndios florestais terem devastado quintas e fábricas durante a noite e deixado os agricultores a retirar os seus animais. “A crise climática pode ser uma realidade, mas não pode ser uma desculpa”, afirmou durante uma reunião com a Presidente, Katerina Sakellaropoulou.
Embora os incêndios de Verão sejam comuns na Grécia, os cientistas afirmam que as temperaturas mais elevadas e o tempo mais seco estão a transformar o país num hotspot das alterações climáticas no Mediterrâneo.
“O nosso país deve tomar mais medidas para estar preparado para mitigar, tanto quanto possível, os efeitos de uma realidade que já começamos a sentir e que pode ter efeitos dramáticos em muitos aspectos diferentes da nossa vida económica e social”, afirmou Mitsotakis.
Seca e fogos
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