A consulta pública do Plano de Gestão Florestal (PGF) da Mata Nacional de Leiria teve 22 participações e, entre estas, está a proposta de criação de uma comissão de acompanhamento da execução do plano, foi hoje divulgado.
Em comunicado, o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) referiu que, no total de 22 participações, oito são de particulares e cinco de organizações não-governamentais.
Participaram ainda na consulta pública sobre o PGF da Mata Nacional de Leiria, elaborado após os incêndios de outubro de 2017 e da tempestade Leslie um ano depois, as edilidades locais e regionais, entidades setoriais e o Observatório do Pinhal do Rei.
Numa análise preliminar aos contributos da consulta pública, que terminou em 01 de fevereiro, o ICNF apontou a “proposta de criação de uma comissão de acompanhamento da execução do PGF”.
Sobra a área onde a produção de madeira consiste também num dos objetivos de gestão, verificou-se “genericamente uma divergência entre as opiniões, onde as organizações não-governamentais de ambiente defendem uma menor área, sendo que as restantes entidades concordam, genericamente, com a área proposta”.
As várias participações referem ainda que teria sido desejável a promoção de uma maior participação pública na elaboração do PGF o que, no entanto, é ultrapassado através contributos rececionados pelo ICNF no âmbito da consulta pública que agora termina, pode ler-se no comunicado.
O ICNF salienta ainda que se verifica uma concordância generalizada com as funções a desempenhar pela Mata Nacional de Leiria, assim como com as medidas que têm por objetivo a promoção da biodiversidade.
“O instituto encontra-se a analisar em detalhe os contributos rececionados e a proceder à respetiva ponderação, a qual será objeto da devida divulgação pública”, acrescentou.
Segundo informação do ICNF, o novo plano “assenta nos princípios de uma gestão florestal sustentável e adaptativa” e, entre os objetivos, está o “restauro dos ecossistemas e aumento da sua resiliência”, sobretudo “contra incêndios rurais, plantas invasoras e agentes bióticos nocivos”.
Outra das metas passa pela “multifuncionalidade da floresta, com diversificação dos bens e serviços dos ecossistemas prestados”, e a “promoção da biodiversidade, assente numa floresta de pinhal bravo, designadamente através da utilização de outras espécies autóctones sempre que as condições o permitam e da criação de pequenos charcos”.
Quer-se ainda potenciar a fruição da Mata Nacional de Leiria pelas pessoas, “através da melhoria das condições para realização de atividades de recreio compatíveis com a salvaguarda dos valores ambientais”.
O ICNF explicou que o documento “está alinhado com as recomendações que constam no ‘Programa de Recuperação das Matas Litorais’, elaborado pela Comissão Científica, mas também reflete algumas das propostas que foram avançadas ao longo destes anos por diferentes sujeitos da sociedade civil e dos meios académicos”.
A Mata Nacional de Leiria, que ocupa dois terços do concelho da Marinha Grande, tem 11.021 hectares. Nos incêndios de outubro de 2017, 86% da sua área ardeu, de acordo com o ‘site’ https://mnleiria.icnf.pt/. Já a tempestade Leslie afetou 1.137 hectares desta mata, também conhecida como Pinhal do Rei ou Pinhal de Leiria.
Esta mata tinha, à data dos incêndios, um Plano de Gestão Florestal em vigor, aprovado em maio de 2012.