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– 04-11-2004 |
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CNA pede ao Governo que trave introdução no país de transgénicosCoimbra, 03 Nov A organização adianta que a Comissão Europeia levantou a moratória que impedia a importação de alimentos transgénicos e aprovou a inclusão no Catálogo Europeu de 17 variedades de milho transgénico, "quando o princípio de precaução deveria ser aplicado". "Não há sequer garantias de que seja possível a coexistência entre culturas tradicionais, biológicas e transgénicas, muito menos num país de pequena dimensão como Portugal, que não tem meios para garantir um controlo eficiente do processo", acrescenta a CNA, em comunicado. Na perspectiva da Confederação, a "disseminação, em natureza, dos OGM terá más consequências sobre o ambiente e a biodiversidade" e, em Portugal, "vai causar o desaparecimento das sementes e métodos de produção tradicionais". A organização de agricultores receia ainda que com a produção agrícola e intensificada a partir das OGM haja uma "desvalorização do património genético" português e um "desaparecimento dos produtos tradicionais, regionais e de qualidade". Nesse sentido, a CNA apela ao Governo português para que "não avance para qualquer regulamentação nacional em matéria de OGM e, muito especialmente, sobre a coexistência" com culturas tradicionais, e que faça valer as cláusulas de salvaguarda e o princípio de precaução da legislação comunitária. Nas instâncias comunitárias e internacionais, acrescenta, o Governo deverá assumir a "firme defesa do interesse nacional e da agricultura portuguesa, bem como a soberania alimentar". Contesta ainda alguns dos argumentos utilizados para a introdução dos OGM, como o de "acabar com a fome no mundo". A CNA refere que, "ao contrário, [a introdução dos OGM] contribuirá ainda mais para a concentração da produção e comercialização agro-alimentares nas mãos de meia dúzia de grandes multinacionais". No comunicado, a CNA apela às organizações da agricultura, ambientalistas e de consumidores, bem como às autarquias, para promoverem sessões de esclarecimento sobre os produtos transgénicos e se empenharem na "defesa da agricultura familiar e do mundo rural e pela soberania alimentar".
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