Com o coração nas mãos, mas de olhos no futuro, mais de 30 agricultores do território de Castro Marim, lesados pelo incêndio que deflagrou esta semana e deixou mais de 1800 hectares ardidos no concelho, reuniram ontem à tarde, no Pavilhão Multiusos do Azinhal, com a Câmara Municipal de Castro Marim, representada pelo presidente e vice-presidente, Francisco Amaral e Filomena Sintra, e a Direção Regional de Agricultura e Pescas do Algarve, representada pelo ser diretor, Pedro Valadas Monteiro.
Durante a manhã, e acompanhados pelos presidentes das juntas de freguesia afetadas, Odeleite e Azinhal, o diretor regional de Agricultura e o autarca castromarinense percorreram parte do território ardido e ouviram as populações e os agricultores prejudicados pelo incêndio, nomeadamente em Alta Mora e Cortelha.
Entre os esclarecimentos sobre as candidaturas a apoios públicos, que visam a reposição da capacidade produtiva dos terrenos afetados, foi também esclarecido que estes apoios não são indeminizações e que só abrangem as perdas iguais ou superiores a 30% do rendimento agrícola, entre o efetivo registado.
Também ontem, em reunião com o Secretário de Estado da Conservação da Natureza, das Florestas e do Ordenamento do Território, João Catarino, os Municípios de Castro Marim e Vila Real de St. António e Tavira articularam a recuperação de caminhos agrícolas, através de uma candidatura conjunta dos concelhos lesados ao PRR (Plano de Recuperação e Resiliência), um plano de investimentos criado no âmbito da pandemia e cujo objetivo de recuperação “transformativa, duradoura, justa, sustentável e inclusiva” se enquadra no recobro dos cerca de 9 mil hectares de área ardida.
A Câmara Municipal de Castro Marim e as Juntas de Freguesia de Odeleite e Azinhal têm já equipas disponíveis para ajudar a preencher as fichas de ocorrência de prejuízos agrícolas, agora nas sedes e posteriormente de forma itinerante, através da Bibliomóvel.
O artigo foi publicado originalmente em Gazeta Rural.