Estão em todos os grandes eventos de inovação agrícola e são o braço direito da AgTech. Os tratores autónomos começam a sair do estado protótipo e tentar a democratização nas explorações agrícolas. Ainda há passos de gigante a dar nesta matéria, onde se inclui o enquadramento legislativo numa Europa ainda muito conservadora, mas é uma questão de tempo.
A VIDA RURAL esteve no CES (Consumer Electronic Show), em Las Vegas, e na Agritechnica, em Hanôver, e ficou claro que os sistemas de precisão vão evoluir rapidamente na área da robótica, com uma paragem obrigatória nos tratores autónomos. É a era da dupla Inteligência Artificial & Automatização a comandar as operações agrícolas um pouco por todo o mundo.
Já o disse, inúmeras vezes, que é por aqui que passa o futuro, libertando o agricultor para tarefas de maior valor acrescentado na gestão do seu negócio. Infelizmente, em Portugal, apesar de um setor já muito capacitado e tecnológico, ainda não é tempo de pensar seriamente nestas questões.
Os agricultores estão demasiado absorvidos em resolver problemas prosaicos, como a falta de água para regadio, ou atrasos e cortes nos pagamentos de apoios que lhes são devidos, só por exemplo. Continuamos a sofrer de uma incrível e crónica falta de visão das políticas públicas que leva os empresários a gerir para a sobrevivência em vez de gerir para o crescimento e desenvolvimento dos seus negócios. O potencial do setor é enorme, tanto do ponto de vista do capital humano (sim, temos dos melhores agricultores do mundo) como dos produtos que podemos oferecer. Devia chegar? Sim, mas não chega.
Esta reflexão serve apenas para dizer que é difícil perspetivar o futuro quando o presente pesa demasiado. Os atuais jovens agricultores (que já não serão muitos) não terão, seguramente, a paciência dos seus pais para, em nome do amor à terra, resistir a tantos complicómetros. A agricultura precisa de quem a compreenda e a puxe para a frente. De quem a queira ver a liderar na inovação, na conquista de mercados, na produtividade, na rentabilidade.
Difícil, sim. Impossível? Não. Até lá, não deixemos de #agricultarcomorgulho!
“A agricultura precisa de quem a compreenda e a puxe para a frente. De quem a queira ver a liderar na inovação, na conquista de mercados, na produtividade, na rentabilidade.”
O artigo foi publicado originalmente em Vida Rural.