“Nós não herdamos a terra dos nossos pais, recebemo-la emprestada dos nossos filhos”. Um ditado que o meu pai gostava de repetir e de que me lembro sempre quando tenho de colher amostras de terra para analisar o solo, preparando as culturas da próxima primavera.
O tempo incerto com frio, chuva, constipações e outras atividades concorrentes não permitiu levar os miúdos a todos os campos mas ainda consegui colher algumas amostras em conjunto.
Como expliquei noutros anos, em cada parcela de terreno, caminhamos em zig-zag, levando uma sonda com um tubo metálico que se espeta no solo até 20 cm, se roda e retira para colher uma pequena amostra. As amostras dos vários pontos juntam-se no balde e depois são colocadas num saco, devidamente etiquetado, que os técnicos encaminham para o laboratório de solos. O objetivo é saber como evolui o pH do solo, o teor de matéria orgânica e de alguns nutrientes como fósforo, potássio, magnésio e manganês…
As análises regulares ao solo e o aconselhamento técnico permitem-nos escolher o adubo e calcular a quantidade a aplicar, consoante o estado do solo e as necessidades da cultura, o que protege o nosso rendimento e o ambiente, porque o excesso de adubo iria causar poluição.
Cultivamos a terra ao longo de gerações. O objetivo de todos os agricultores é melhorar e conservar o solo. Deixar a terra o melhor possível para os que vierem a seguir.
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O artigo foi publicado originalmente em Carlos Neves Agricultor.