Estudo da Universidade do Algarve identifica a causa da perda de vitalidade destas espécies florestais e admite deteção precoce do problema.
Um estudo coordenado pela Universidade do Algarve (UAlg) analisou um fenómeno que há muitos anos afeta sobreiros e azinheiras. Trata-se da perda acentuada de vitalidade destas duas espécies florestais, agora associada a um micro-organismo patogénico que infeta as raízes das árvores adultas e, em última instância, leva à morte destas.
O problema tem sido registado em Portugal, particularmente no Algarve, mas também em Espanha e Itália, merecendo agora a atenção da revista científica internacional “PLOS One”. Em artigo divulgado naquela publicação, a investigação da Universidade do Algarve avança que o declínio provocado pelo organismo é lento, podendo demorar 10 ou 15 anos até ser detetável.
O projeto liderado por Ana Cristina Coelho, do Centro de Eletrónica, Optoeletrónica e Telecomunicações (CEOT) da UAlg, colocou plantas em contacto com o agente patogénico responsável pela infeção, chamado oomiceta Phytophthora cinnamomi, para perceber se havia alterações noutras partes da árvore, que não as raízes, que permitissem mais facilmente detetar o problema. Os investigadores observaram que após alguns meses havia alterações nas folhas ao nível das proteínas, o que, a confirmar-se a relação, permitiria um diagnóstico precoce para tomada de decisão sobre a manutenção da árvore ou eventualmente à sua substituição.
O artigo foi publicado originalmente em Produtores Florestais.