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– 21-10-2008 |
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A�ores: Produzir ch� ‘� moda antiga’ � receita de sucesso da f�brica da GorreanaNa f�brica de ch� Gorreana, das mais antigas da Europa, � primeira vista parece que o tempo não passou desde que come�ou a produ��o de uma das marcas nacionais mais prestigiadas, h� 125 anos. No entanto, as m�quinas antigas ou o pequeno grupo de mulheres que escolhe e empacota o ch� � m�o são, afinal, o segredo da produ��o do ch� Gorreana. Nos anos 70, a f�brica dirigida por Hermano Mota ainda tentou aderir aos processos mais mecanizados de fabrico do ch�, mas a reac��o dos clientes habituais não foi a melhor. "Quando cheg�mos l� com os nossos novos tipos de ch�, houve um que me disse: ‘Ch� desse vende a Argentina a 2 escudos e meio o quilo. Se quiseres continuar a vender ch�, e eu continuo-te a comprar ch�, vais ter de fazer o ch� ortodoxo, que sempre fizeste’", recorda Hermano Mota. Esse ch� tradicional da Gorreana era o produzido pelo m�todo ortodoxo, que obriga ao enrolar das folhas – que pelos m�todos mais modernos são pisadas ou esmagadas – e ao qual a f�brica regressou, com sucesso, até hoje. Da pequena f�brica da Gorreana, na costa norte de são Miguel (A�ores), com apenas 12 funcion�rios, saem anualmente 38 toneladas de ch�, entre o preto, com tr�s variedades diferentes, e o verde, o que tem actualmente mais sa�da pelos seus benef�cios para a Saúde. Quanto ao segredo do sucesso do produto – 7 por cento das vendas v�o para fora do país – , Hermano Mota avan�a uma hip�tese. "Por obra e gra�a do Santo Cristo dos milagres, houve aqui umas cruzas entre dois tipos de plantas, uma da �ndia e outra da China", refere, considerando que foi essa mistura que tornou a plantação da Gorreana "eterna". "Em �frica, por exemplo, plantam milhares de p�s para substituir os que morrem, aqui � ao contrário, todos os anos arrancamos milhares de p�s porque senão perdemos a possibilidade de andar entre o ch�", conta. Talvez por outro milagre ou, mais provavelmente, pelo clima sempre h�mido dos A�ores, as plantações da Gorreana não são atingidas por pragas e, por isso, dispensam insecticidas e herbicidas. "O nosso ch� � quase ecol�gico", sustenta Hermano Mota. A apanha do ch� decorre a partir de Março e pode ir até Agosto ou Setembro, e, para isso, a Gorreana conta com 20 trabalhadores extra que cobrem os 32 hectares de plantações verde vivo. Hoje o processo � mais mecanizado do que h� 30 anos, quando chegavam a ter "ranchos de mais de cem pessoas" para apanhar o ch�. A partir da�, e até o ch� chegar ao tradicional pacote de 250 gramas ou ao mais moderno saquinho individual, o processo demora entre dois a tr�s dias. Primeiro, as folhas t�m de murchar para se poderem enrolar sem partir, passar pela sala de esteriliza��o, e ser sujeitas � oxida��o, no caso do ch� preto. J� o ch� verde não pode ter contacto com o ar, nem ser submetido a temperaturas superiores a 80 graus. "Da� que se deve ter cuidado quando se faz ch� verde em casa, não se deve deixar ferver, quando o ch� come�a a ‘chiar’ deve-se tirar", explica. A Gorreana produz tr�s variedades de ch� preto – Orange Pekoe, Pekoe e Broken Leaf – consoante a produ��o � feita a partir da primeira folha – mais tenra e por isso de maior qualidade – da segunda, ou da terceira folha, mais pobre em te�na. Depois de passarem por uma outra m�quina que separa os diferentes tipos de ch�, o processo passa para a fase totalmente manual. Um grupo de mulheres ‘escolhe’ o ch� para retirar os pequenos troncos que escaparam ao crivo das m�quinas e que lhe d� um aspecto inestático. "Os pauzinhos não d�o mau sabor ao ch�, mas d�o mau aspecto. Com os pauzinhos Também se pode fazer ch�, o patr�o oferece-nos e n�s levamos para casa e fazemos o nosso ch�", explica Adelaide Pereira, 50 anos, que trabalha na f�brica h� onze. No final, são estas funcion�rias que t�m a tarefa de empacotar o ch�, um passo que poder� em breve passar a ser feito por uma m�quina e que tornar� mais dispens�vel a m�o-de-obra humana. "Hoje em dia está a ser mais dif�cil manter a f�brica tal como está", confessa Hermano Mota, que tem de lidar com a ‘pressão’ das inspec��es e dos regulamentos comunitários mais favor�veis � mecaniza��o. A f�brica � visitada por centenas de turistas anualmente, que, gratuitamente, passeiam pelas salas de produ��o, provam as várias variedades do Gorreana, e terminam no pequeno quiosque onde se pode comprar o famoso ch�. Com site na Internet, www.gorreana.com, em breve, a f�brica com 125 anos de hist�ria irá estrear-se na venda de ch� on-line.
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