A sustentabilidade na agropecuária é uma agenda estratégica em que é imperativo apostar, seja através da introdução de tecnologias nos processos de criação, da alteração das práticas de gestão e conservação de solos, da promoção da economia circular ou ainda da adoção de soluções ambientalmente eficientes, como o AgroPV (Agrofotovoltaico). Só assim conseguimos garantir o cumprimento do Roteiro para a Neutralidade Carbónica 2050 (RNC2050), materializar os compromissos com o novo modelo ESG (ambiente, social e governança corporativa) e potenciar a criação de valor.
Enquadrado no exigente modelo de produção europeu, o setor agropecuário português, que vale mais de 3 mil milhões de euros em volume de negócios, tem evoluído positivamente na rota da sustentabilidade. Contudo, atualmente, apesar de realizar uma criação crescentemente focada no bem-estar animal, na qualidade da sua carne e na sustentabilidade dos seus processos, mantém por cumprir um desafio ao nível da visibilidade e do reconhecimento da “Origem da (sua) Carne”, condicionando uma valorização justa nos mercados nacionais e internacionais.
O maior foco no consumidor deve refletir-se no desenvolvimento de novos produtos e marcas que incorporem a inovação e a qualidade. A carne, pelos seus nutrientes proteicos e vitamínicos, continua a ser um elemento essencial à mesa do planeta e incontornável em dietas equilibradas. Ao mesmo tempo, quando os empoderados consumidores estão cada vez mais atentos àquilo que consomem, o setor deve assumir, de forma inequívoca, a responsabilidade de assegurar-lhes o acesso a uma alimentação saudável e equilibrada, produzida de forma ética e sustentável.
Num momento em que o setor agrícola tem uma verba de cerca de 550 milhões de euros […]
Clara Moura Guedes, CEO, Grupo Monte do Pasto