Bruno Ramos, natural de Almada, abraçou a missão de valorizar de o património natural e cultural que se pode encontrar nas zonas interiores do país, como a Serra da Gardunha. Sem esquecer quem já lá está e quem quer seguir esse caminho.
Na Casa do Guarda, a meio caminho do topo da Serra da Gardunha, uma pessoa consegue parar e avistar uma paisagem deslumbrante. Entre montes, cursos de água e um mar de branco da flor de cerejeira encontra-se a cidade do Fundão, onde Bruno Ramos trabalha há mais de vinte anos. Almadense de gema, habituado a fazer a vida entre as duas margens do Rio Tejo, é uma espécie de pioneiro nesta coisa de mudar de vida para o interior do país. O que despoletou a mudança foi uma ida ao Algarve para assistir a um encontro onde uma série de associações de desenvolvimento local discutiam os seus planos de ação para os territórios frequentemente esquecidos pelo poder central.
Para este jornalista, que sempre viveu na grande Lisboa, o encontro despertou nele um sentimento de desconhecimento e de ignorância em relação ao trabalho que estas pessoas estavam a fazer em torno da coesão, da nossa identidade e da questão da cidadania. Estava estarrecido perante a sua própria ignorância, perante a dimensão do trabalho que estes grupos estavam a tentar levar a cabo.
O impacto foi de tal maneira forte, que quando um amigo lhe perguntou se queria ir trabalhar para o Pinhal Interior, não teve maneira de dizer que não. Encaixado entre a Cova da Beira e o Pinhal Interior, o Fundão era casa e abrigo de muitos amigos, responsáveis pelas visitas prévias que Bruno tinha feito a este território durante a juventude.
Bruno Ramos queria tentar colocar a sua experiência como jornalista ao […]