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– 28-02-2005 |
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Zimbabu� : Ocupa��o das fazendas de agricultores brancos come�ou h� cinco anos Harare, 27 Fev Ordenadas pelo presidente Robert Mugabe para "corrigir as injusti�as" da coloniza��o brit�nica, estas ac��es de ocupa��o de terras precipitaram o país numa crise sem precedentes de que nunca mais recuperou. Antes destas invas�es, feitas por antigos combatentes da guerra de independ�ncia (1972-1979) próximos do regime, 70 por cento das terras mais f�rteis do país, ou seja cerca de 10 milhões de hectares, pertenciam a 4.500 agricultores brancos, na sua maioria descendentes dos colonos britúnicos. A maioria negra, noutro tempo, tinha que se contentar com as terras comunais �ridas e pouco produtivas. Desde a independ�ncia do Zimbabu�, em 1980, os brancos, que cultivavam em grande escala nas suas terras produtos de exportação que faziam a riqueza do país, nunca foram incomodados pelo regime do presidente Mugabe. Mas em Fevereiro de 2000, um projecto de Constitui��o que refor�a os poderes do presidente e o autoriza a iniciar um processo de expropria��o dos agricultores brancos foi rejeitado por referendo. O chefe do Estado, que ent�o sofreu uma fustigante contrariedade, a primeira da sua carreira pol�tica, iria passar por cima da vontade popular. Duas semanas depois, lan�a os seus partid�rios, apoiados pelos antigos combatentes, ao assalto das explora��es agr�colas dos agricultores brancos. A "reforma agr�ria", pretendida pelo chefe do Estado e rejeitada pelos zimbabueanos, come�a e vai traduzir-se em milhares de ocupa��es de explora��es agr�colas sob o signo da viol�ncia. Uma dezena de agricultores brancos são mortos, milhares de trabalhadores agr�colas negros, acusados de ser "lacaios" dos brancos, são atacados e perseguidos nas fazendas, centenas de habita��es incendiadas, culturas destru�das, o gado abatido. Os agricultores brancos são expropriados praticamente sem compensa��o e as suas terras distribu�das a gente pr�xima do regime e na sua maioria sem qualquer forma��o agr�cola, entre os quais ministros, magistrados e jornalistas. A reforma agr�ria vai durar até finais de 2003. Cerca de 600 agricultores brancos, que agora s� possuem tr�s por cento das terras f�rteis, continuam ainda hoje em actividade. Outros foram instalar-se em países vizinhos, como Mo�ambique e a Z�mbia, um punhado de outros na Nig�ria. Muitos permaneceram no Zimbabu�, onde continuam sem ilus�es a bater-se contra uma justi�a dependente do poder para obter que as suas expropria��es sejam declaradas "ilegais". "O governo pretende que a justi�a legitime um processo ilegal", declarou � imprensa Mike Clark, uma dos respons�veis do sindicato de agricultores comerciais (CFU). "Vamos continuar a lutar. Mesmo que não obtenhamos justi�a agora, isso ficar� inscrito na hist�ria e continuaremos a defender os nossos direitos até que haja uma justi�a independente", afirmou o representante dos agricultores. Apresentada como um formid�vel sucesso pela propaganda oficial, a reforma agr�ria, associada a secas sucessivas, � na realidade um terr�vel fracasso que conduziu a agricultura zimbabueana, principal sector da economia, � beira da ru�na. A produ��o agr�cola caiu mais de 20 por cento e mais da metade dos 11,6 milhões de zimbabueanos dependem hoje da ajuda alimentar governamental ou internacional, num país que anteriormente era considerado como o "celeiro de milho" da �frica Austral. O pr�prio governo reconhece que em 2004 apenas foram cultivadas menos de um quarto das terras, enquanto a produ��o de tabaco, principal fonte das receitas de exportação do Zimbabu�, foi reduzida a metade.
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