Continua a decorrer a votação online para a eleição da Árvore do Ano 2022. A vencedora vai representar Portugal no concurso europeu “Tree of the Year”, que decorre durante o primeiro trimestre de 2022.
Depois de selecionadas as 10 candidatas portuguesas, está a decorrer a votação pública para eleger a árvore do ano 2022. A eleição decorre até 5 de janeiro e no dia seguinte será revelada a vencedora, que representará as cores nacionais no concurso europeu “Tree of the Year”.
A escolha é feita entre esta dezena de árvores, onde se incluem espécies nativas, algumas bastante comuns, como o castanheiro (Castanea sativa), o sobreiro (Quercus suber), a azinheira (Quercus rotundifolia) e o pinheiro-bravo (Pinus pinaster), mas também espécies exóticas como a magnólia (Magnolia x soulangeana), o plátano-vulgar (Platanus hybrida) ou o metrosídero (Metrosideros excelsa ou Metrosideros tormentosa), também conhecido como árvore-de-fogo. Desta dezena de candidatas, seis podem ser admiradas na região Centro, mas há também representantes do Algarve, Alentejo e Açores.
A votação decorre no site criado para o efeito pela União da Floresta Mediterrânica (UNAC), promotora da iniciativa no nosso país, onde pode conhecer com mais pormenor as árvores finalistas nacionais:
1. A mais velha neste concurso é uma árvore que se pensa ser também a árvore mais velha de Portugal: a Oliveira do Mouchão. Pensa-se que esta Olea europaea L. var. europaea, localizada em Mouriscas, Abrantes, tenha mais de 3000 anos.
2. Também com uma provecta idade – mais de 2200 anos – está a concurso a Oliveira Real do Aldeamento das Pedras d’El Rei, no Algarve. Classificada como Árvore de Interesse Público (Ref.ª KNJ1/195), este antigo exemplar esconde uma “gruta” no interior do seu tronco de 11 metros de perímetro.
3. Quase tão antiga é a Oliveira Milenar, também localizada no Algarve, desta vez em Lagoa, no Morgado do Quintão. Pensa-se que tenha 2000 anos.
4. Também antigo, com oito séculos, é o Esconderijo, um castanheiro (Castanea sativa) de grande porte situado num souto em Castanheira da Serra, Coimbra. O seu tronco oco serviu de esconderijo a muitas gerações de crianças e foi esta a particularidade que lhe deu o nome.
5. De Arraiolos está a concurso a Sobreira Grande. Este Quercus suber, típico da paisagem alentejana, apesar de não ser das árvores de maior porte a concurso, tem grandes ramos que projetam uma sombra refrescante.
6. Entre as candidatas mais imponentes, encontra-se o Guardião d´El Rei, um pinheiro-bravo (Pinus pinaster) com mais de 200 anos que se eleva a mais de 25 metros de altura. Como o nome sugere, fica localizado no Pinhal de Leiria e é uma relíquia do arvoredo antigo desta Mata Nacional. Está classificado como “Árvore de Interesse Público” do Pinhal do Rei (n.º de processo KNJ1/589).
7. Igualmente imponente, com mais de 30 metros de altura, é o plátano gigante da quinta da Foja, na Figueira da Foz. Este plátano (Platanus hybrida), também classificado como Árvore de Interesse Público (Ref.ª KNJ1/005), tem uma idade estimada de 263 anos e um perímetro de tronco de mais de 9,5 metros.
8. Exuberante pela sua floração rosa, que se inicia ainda no final do inverno a magnólia (Magnolia x soulangeana) do Jardim da Casa da Criança D. Leonor, em Castanheira de Pera é um dos híbridos mais comuns no nosso país. Ostenta grandes flores perfumadas em tons de branco e rosa que aparecem antes das folhas.
9. Conhecida como árvore-do-chá (não pela bebida, mas pelo tea tree oil, um óleo com propriedades antissépticas, antifúngicas, antibacterianas e anti-inflamatórias), a Melaleuca armilaris é mais comum na Austrália, de onde é originária, do que em Portugal. Na Quinta das Pratas, no Cartaxo, este exemplar dá nas vistas pelos seus longos ramos, que parecem abraçar quem passa.
10. Dos Açores vem o frondoso Metrosídero do Campo de São Francisco. Esta árvore centenária pode ser vista em S. Miguel. Para salvaguardar a sua manutenção, foi classificada como Árvore de Interesse Municipal e a sua grande e pesada copa está apoiada por cabos de suporte e estruturas que ampliam a sua sombra por dezenas de metros.
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Quinta participação portuguesa
Recorde-se que o concurso europeu se realiza anualmente desde 2011 para sensibilizar a população para a importância das árvores, a sua história e os muitos contributos para que trazem à vida. Para saber mais sobre a iniciativa europeia consulte www.treeoftheyear.org.
Portugal participa desde 2018 e tem dado a conhecer árvores características dos sistemas agroflorestais, tendo arrecadado um primeiro lugar com o “Sobreiro Assobiador”, em 2018. Na 10ª edição do concurso europeu, mais de 600 mil votos elegeram a espanhola Azinheira Milenar de Lecina, enquanto o português Plátano do Rossio conseguiu um quarto lugar, com mais de 37 mil votos. Nos segundo e terceiro anos em que Portugal participou, destacaram-se a Azinheira secular de Mértola, que conseguiu a “medalha de bronze” europeia, e o milenar Castanheiro de Vales, que ficou na sexta posição do concurso em 2020.
O artigo foi publicado originalmente em Florestas.pt.