Viniportugal propõe estratégia de marketing até 2010 Sector do Vinho prepara investimento de 3 milhões para conquistar mercados do Reino Unido e dos EUA
Em Sessão pública realizada a 19 de Fevereiro no Porto, para Apresentação do Relatório Porter 2 sobre o Sector do Vinho Português, a Viniportugal apresentou os seguintes objectivos:
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Aumentar para 100 milhões as exportações para os dois mercados até 2010
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Aposta nos tintos super-premium para garantir uma categoria de vinhos Portugal
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Meta de 1000 milhões de facturação em 2010 para o sector do vinho português
A exportação de vinhos portugueses para os mercados britânico e dos EUA beneficiará de um potencial de crescimento muito significativo nos próximos anos se forem concretizadas as acções de promoção correctas junto dos distribuidores e consumidores – conclui um estudo de estratégia e marketing sobre o sector do vinho encomendado pela Viniportugal à Monitor Group, prestigiada empresa de consultoria dirigida pelo Prof. Michael Porter, da Harvard University, que já em Maio de 2003 apresentara um primeiro estudo sobre a viabilidade e a competitividade do cluster do vinho português.
De acordo com os dados deste "Porter 2 – Estudo de Estratégia e Marketing – Sector do Vinho 2010", que analisou a receptividade ao vinho português dos mercados e dos consumidores do Reino Unido, dos Estados de Nova Iorque e da Florida, nos EUA e, da Alemanha, será expectável aumentar o volume total de negócios do sector do vinho em Portugal para os 1000 milhões até 2010, contra os 757 milhões registados em 2002, isto graças às boas perspectivas de crescimento das exportações para os mercados britânico e norte-americano, que naquela data se prevê venham a ultrapassar os 100 milhões.
Aposta nos tintos super-premium
Para concretizar na prática as múltiplas propostas de actuação estratégica definidas no âmbito do estudo agora divulgado, a Viniportugal propõe-se investir já em 2004, cerca de 3 milhões na promoção dos vinhos nacionais nos mercados britânico, da Florida e de Nova Iorque, tendo por objectivo primordial aumentar o reconhecimento do produto junto dos principais canais de distribuição e de um número crescente de consumidores. As diferentes categorias de distribuidores e os vários grupos específicos de consumidores tidos como alvos preferenciais já se encontram perfeitamente definidos pelos autores do estudo em cada mercado.
Segundo a estratégia delineada pelos especialistas da Monitor Group e validada pela Viniportugal, que se pretende indicadora para a actuação das entidades oficiais e das empresas portuguesas do sector, a aposta nestes mercados externos, sem dúvida aqueles que revelam uma maior abertura e apetência relativamente aos nossos vinhos, deverá iniciar-se pela promoção dos tintos super-premium, com preços variáveis entre os 9.99 e os 14.99 dólares para os EUA e as 4.99 e as 9.99 libras para o Reino Unido, considerados aqueles que melhor corresponderão aos anseios da procura existente.
Assegurado o aumento da penetração desta categoria de tintos e o reconhecimento de uma marca Portugal pelos consumidores, estarão abertas as portas à exportação para estes mercados de outros produtos do variado portfolio de vinhos nacionais, nomeadamente os brancos e rosé, sendo de destacar a previsível boa aceitação que o Vinho Verde merecerá no mercado da Florida.
Três passos e dez acções
De facto, o estudo agora apresentado prevê três passos cruciais para o desenvolvimento da estratégia de implantação dos vinhos portugueses nos mercados britânico e dos EUA, a saber: até final de 2005, deverá ser superada a actual situação de quase total desconhecimento dos vinhos nacionais e criada uma marca forte e positiva; até final de 2006, importará implantar uma categoria Portugal com presença assegurada nos pontos de venda e capaz de abrir caminho à divulgação do nosso rico portfolio de vinhos; finalmente, até 2010 deverá ser aproveitado o crescente reconhecimento dos vinhos portugueses para aumentar o volume de vendas e as margens de comercialização, apostando-se em produtos de nível e qualidade superiores.
Para garantir o sucesso deste plano de incremento das exportações dos vinhos portugueses, o estudo realizado propõe uma listagem de uma dezena de acções concretas que passam pela concentração de esforços de todo o sector na promoção dos produtos nos mercados seleccionados; pela escolha criteriosa dos canais de distribuição e dos públicos-alvo; pelo recurso aos media e aos eventos de divulgação mais apropriados; pela exaltação dos temas promocionais mais apelativos, como a riqueza da Cultura e da História de Portugal ou a utilização de métodos ancestrais de vinificação; e pela utilização da imagem mais consentânea com o gosto dos consumidores, seja no design da garrafa e do rótulo, seja em todos os materiais promocionais.
A Viniportugal disponibiliza pois este estudo como mais uma ferramenta de vital importância para o desenvolvimento do sector do vinho, consciente de que, conforme tem sustentado o ministro da Agricultura em sucessivas intervenções, a exportação é a saída capaz de melhor assegurar o futuro e o sucesso do cluster do vinho português.
Feito o diagnóstico, a Viniportugal está empenhada em avançar para o terreno e em concretizar as propostas contidas neste estudo "Porter 2", acreditando poder contar com a colaboração e apoio de todas as entidades públicas e privadas de alguma forma ligadas ao sector.
VINIPORTUGAL
A ViniPortugal foi criada em 1997 e é uma associação inter-profissional que tem como objectivo a promoção do vinho, no país e no estrangeiro, particularmente nos mercados externos para os quais Portugal já exporta, ou nos quais os seus vinhos têm grande tradição.
A ViniPortugal agrupa associações, federações de associações e organizações de profissionais ligadas à produção e ao comércio, com reconhecida representatividade no sector vitivinícola. Integram a Associação os comerciantes (ANCEVE e ACIBEV), os produtores e viticultores (FENAVI e FEVIPOR), as cooperativas (FENADEGAS), as regiões demarcadas (ANDOVI), os destiladores (AND), o Estado (IVV) e, em representação dos agricultores, a CAP.
A sua actividade é financiada por uma parte da verba que o IVV cobra a todos os produtores que certificam vinho e/ou vinagres e é destinada à promoção. O orçamento disponível é, assim, variável, uma vez que o seu montante depende das certificações que o IVV leva a efeito.
MONITOR GROUP
A Monitor Group é uma empresa de consultoria estratégica global. A empresa foi fundada em 1983 pelos professores Michael Porter e Mark Fuller, da Universidade de Harvard, com a finalidade de aplicar conceitos de vantagem competitiva desenvolvidos na Faculdade de Gestão dessa mesma instituição universitária.
Hoje, a Monitor mantém a sua sede em Cambridge, Massachussetts, e emprega mais de mil pessoas em escritórios em todo o mundo. A sede da empresa na Europa é em Londres, a partir da qual coordena uma network de 13 escritórios. A Monitor tem prestado serviços de consultoria a governos nacionais e a empresas das mais conceituadas do mundo. Recorde-se, a propósito, que já em 1993 Porter tinha elaborado um relatório sobre a economia portuguesa, encomendado pelo Governo de Cavaco Silva, e no qual o sector do vinho surgia como um dos clusters nacionais com maior potencial.
A Monitor é única entre as consultoras de estratégia, pois resulta de um grupo de empresas que reunem especialistas de variadas áreas de negócio, no sentido de ajudar a resolver os desafios e problemas mais críticos dos seus clientes numa perspectiva integrada. As empresas do grupo são especializadas em gestão, estratégia corporativa e organizacional; o Monitor Investment Bank é especializado em fusões, aquisições e investimento de capital; e a Monitor Clipper Partners gere um fundo de private equity de $750 milhões, que investe associando-se a clientes da Monitor ou em oportunidades ligadas a áreas em que desenvolveu conhecimentos específicos.
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