O presidente do CDS-PP acusou hoje o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, de “negligência e incompetência suprema” por, na semana em que o país atinge temperaturas elevadas, haver torres de videovigilância de incêndios sem funcionar.
Francisco Rodrigues dos Santos fez esta acusação em Portimão, ao discursar na apresentação dos candidatos autárquicos da coligação Portimão Mais Feliz, que junta CDS-PP, Nós Cidadãos e Aliança em torno da candidatura de Luís Carrito à Câmara da cidade algarvia.
“Este é um tema particularmente caro, a si e todos os portimonenses, porque ainda há umas semanas atrás foram fustigados por um fogo que lavrou também neste município, e verdadeiramente é bizarro e inacreditável que na semana em que as temperaturas em Portugal vão atingir o máximo deste verão, haja ainda torres de videovigilância florestal que não estão operacionais por falta de manutenção”, lamentou o dirigente do CDS-PP.
Francisco Rodrigues dos Santos lembrou que esta matéria é da responsabilidade do Ministério da Administração Interna e acontece “sobretudo em dois distritos, Santarém e Castelo Branco, que são dois dos mais quentes em Portugal”.
“E esta incompetência volta a ter um nome: Eduardo Cabrita, quem mais poderia ser, a praticar uma vez mais a negligência e a incompetência suprema, deixando os portugueses desprotegidos”, sinalizou.
O presidente do CDS-PP teceu também críticas ao primeiro-ministro, António Costa, por, numa entrevista esta semana ao Expresso, ter dito que não há nenhuma remodelação à vista no Governo do PS.
“Este é o Governo que continua a premiar a incompetência e o ‘amiguismo’, que prefere ter as pessoas de confiança pessoal, do que gente competente para servir o nosso país, que coloca os primos, os amigos, os familiares na administração do Estado e trata o país como se fosse a sua casa”, afirmou.
O dirigente partidário considerou que “esta é a marca do PS a nível nacional”, mas frisou que é “também em Portimão”, onde o Partido Socialista, força maioritária no município, “trata a Câmara Municipal como um centro de emprego”, com “uma estrutura de custos elevadíssima” e “paga por todos os contribuintes”.
O dirigente do CDS-PP falou também dos dados preliminares dos Censos 2021, que apontam para uma “quebra recorde da natalidade em Portugal”, tendo registado “o valor mais baixo dos últimos 30 anos”.
“Significa que atravessamos um inverno demográfico e que nascem cada vez menos portugueses no nosso país. Isto deve-se ao custo de vida que há em Portugal, aos salários baixíssimos, um dos mais baixos da Europa, e à dificuldade de acesso a uma habitação condigna”, analisou.
Por isso, Francisco Rodrigues dos Santos criticou as opções do Governo para o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), que “tem três milhões de euros para comprar bicicletas e não tem um cêntimo para apoiar as famílias, promover a natalidade e dar-lhes condições de vida para constituírem a sua família”.
Francisco Rodrigues dos Santos antecipou ainda um conjunto de propostas que o CDS-PP vai apresentar no início da sessão legislativa, como benefícios fiscais ou majorações na reforma a quem tem filhos, para “incentivar a natalidade e promover a coesão da família enquanto célula fundamental” da sociedade.