Área destruída pelo fogo que dura há quase duas semanas está a caminho dos 30 mil hectares.
O incêndio que desde a madrugada do dia 6 deste mês – esta quarta-feira foi o 12º dia – fustiga a serra da Estrela está a caminho de destruir e transformar em cinza uma área de 30 mil hectares. Ou seja, um terço do Parque Natural da Serra da Estrela (89 132,21 hectares) e também um terço da área destruída este ano pelas chamas até quarta-feira (93 134 hectares), segundo os dados provisórios do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas.
Além de ter destruído uma área natural classificada pela UNESCO, espécies únicas e em vias de extinção, as chamas dizimaram grande parte da agricultura de subsistência dos habitantes de localidades dos seis concelhos atingidos – Covilhã, Manteigas, Gouveia, Celorico da Beira, Guarda e Belmonte. Tendo em conta que muita da área atingida também já tinha sido dizimada nos incêndios de 2017, é provável que grande parte da área fique para sempre desértica, com natureza morta.
Esta quarta-feira, o combate às chamas e o trabalho de vigilância e consolidação da área já em fase de rescaldo envolveu mais de mil operacionais. Depois de ter percorrido zonas dos seis concelhos, a frente ainda ativa desenvolve-se agora junto à zona onde o fogo teve início, no Canhoso (Covilhã). Os habitantes não se lembram de um fogo tão violento na Estrela. “Há 22 anos houve um semelhante, mas não destruiu tanta coisa”, disse ao CM Rui Xavier, morador em Orjais. “O fogo chegou até junto das casas porque ninguém limpa o […]