O primeiro Centro de Incubação e Inovação (CII) do país vai ser criado em Seia, no distrito da Guarda, tendo sido assinado hoje com a Câmara Municipal local o protocolo de parceria e cedência de instalações.
O Centro vai funcionar nas instalações do antigo CACE (Centro de Apoio à Criação de Empresas), um projeto do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP).
O secretário de Estado do Trabalho, Miguel Fontes, que presidiu à assinatura do protocolo, explicou à agência Lusa que a estreia deste modelo em Seia surge na sequência de “um trabalho iniciado há bastante tempo com a Câmara Municipal, durante o qual foi possível perceber as aspirações que o município tinha”.
O governante admitiu que “essa situação serviu de inspiração à criação deste programa” que o Governo quer alargar a outras zonas do país de acordo com as particularidades das diferentes regiões.
A ideia de criar os CII foi também “revisitar antigos projetos do IEFP na forma e no conceito”, como o caso dos CACE, “que em alguns casos, como era o de Seia, estava desativado e sem qualquer uso útil”.
Miguel Fontes sustentou que o objetivo destes centros é “responder ao objetivo da promoção do empreendedorismo e de ajudar à prossecução dos objetivos de desenvolvimento local e social de forma mais inovadora, mais descentralizada e mais ágil”.
Reconhecendo que a vocação do município de Seia “não é propriamente de gestão deste tipo de equipamentos”, o secretário de Estado explicou que agora é “dar condições para que a Câmara possa encontrar os parceiros adequados para dar expressão a esse projeto”.
“Estamos a falar de inovação e o desafio é maior do que a mera cedência de um espaço. Passa por dinamizar uma comunidade, dinamizar um ecossistema”, sublinhou.
O IEFP coloca-se como parceiro na atividade destes centros e das entidades envolvidas, mas a intenção do Governo é a de que se crie um modelo “suficientemente ágil, descentralizado e com capacidade de mobilizar outros parceiros com conhecimentos para além daqueles que institucionalmente dão corpo ao arranque” do projeto.
O objetivo, assinalou Miguel Fontes, é o de que “cada centro possa funcionar como espaço de incubação de novas negócios ou de atração de negócios já existentes, mas que sejam novos para aquele território”.
O governante evidenciou que cada centro deve “desenhar para si um projeto que esteja alinhado com os objetivos de apoiar a fixação de talento, contribuir para a criação de um tecido empresarial gerador de emprego de qualidade”.
“Aquilo que é inovação em Seia não tem de ser necessariamente inovação noutro território”, salientou Miguel Fontes.
O secretário de Estado estimou que numa primeira fase possam ser criados seis espaços no país.
Os CII foram criados através da Portaria n.º 360/2023, de 14 de novembro.
Através daquele diploma refere-se que os centros “vêm imprimir um novo dinamismo ao ecossistema do empreendedorismo, criando espaços de incubação de atividades económicas dirigidos à instalação de novos projetos, tendo em vista uma oferta de serviços e produtos de elevado valor acrescentado”.
Estes centros são geridos pelo IEFP “ou por uma entidade parceira”.