O ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, descartou, para já, a adoção de medidas proibitivas relativamente ao consumo de água, como por exemplo para piscinas, face à situação de seca que se vive sobretudo no sul do país.
“Não vale a pena estarmos a introduzir uma cultura de proibição quando ela, neste momento, ainda não é necessária. Quando ela é necessária, nós não hesitamos, como aconteceu quando limitámos, por exemplo, em determinadas barragens da zona Monte da Rocha, ou a decisão que foi tomada pela ministra da Agricultura, de limitar novas culturas na zona do [rio] Mira”, disse aos jornalistas, no Porto, Duarte Cordeiro, à margem do lançamento do concurso público para a construção da Linha Rubi do metro.
O ministro tinha sido questionado acerca de eventuais proibições, por exemplo, em piscinas privadas e, anteriormente, sobre medidas excecionais tomadas na sequência da situação de seca sobretudo no sul do país, cuja declaração foi feita na segunda-feira.
“Já foram tomadas algumas medidas excecionais”, disse, após ter sido convocada uma comissão interministerial de seca “no final do mês de abril” referiu Duarte Cordeiro aos jornalistas.
Segundo o ministro, nessa reunião foram identificadas as zonas mais críticas: a do Barlavento algarvio e a zona do litoral alentejano, “nomeadamente a zona do [rio] Mira, associada à barragem de Santa Clara”.
“Há restrições que nós aplicámos relativamente a um conjunto de barragens, quer no Alentejo quer na zona do Barlavento, e há restrições de novas culturas para a zona do Mira, porque neste momento temos que captar a água a uma cota abaixo daquilo que é a cota a que habitualmente vamos buscar água”, explicou, referindo-se à medida tomada pela ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes.
Duarte Cordeiro relembrou ainda que atualmente, “na generalidade do país, neste momento, o país tem mais água disponível do que tinha no ano passado”, com um nível médio de 80% de água nas albufeiras.
“Neste momento temos uma situação assimétrica, nalgumas zonas do país não antecipamos que tenhamos, neste momento, um problema de abastecimento de água. Temos duas zonas do país, litoral alentejano e a zona do Barlavento, em que tivemos que aplicar medidas para gerir de forma racional os recursos que temos disponíveis”, explicou.
A situação de seca meteorológica agravou-se em Portugal continental no mês de abril, estando 89% do território continental em seca, 34% da qual em seca severa e extrema, segundo o IPMA.
Na segunda-feira, a ministra da Agricultura e Alimentação, Maria do Céu Antunes, informou ter assinado o despacho que reconhece a situação de seca em 40% do território nacional, no sul do país.