O presidente da confederação das cooperativas agrícolas defendeu hoje que não podem ser os agricultores a pagar pelos “sucessivos erros” em matéria de gestão das necessidades de água.
“Não podem continuar a ser os agricultores a pagar pelos sucessivos erros nesta matéria”, apontou, em comunicado, a Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas e do Crédito Agrícola de Portugal (Confagri).
O presidente desta confederação, Idalino Leão, participou, em Bruxelas, na reunião da Confederação Geral das Cooperativas Agrícolas (Cogeca).
O Governo anunciou um conjunto de medidas para enfrentar a seca no Algarve e no Alentejo, como reduzir o consumo urbano na região em 15%, face ao ano anterior.
No que se refere ao abastecimento agrícola está previsto um corte de 50% no volume titulado para rega no perímetro hidroagrícola do Sotavento, uma redução de cerca de 40% no volume utilizado para rega a partir da albufeira do Funcho e uma quebra de 15% na captação de água subterrânea para rega.
Para a Confagri, as medidas adotadas na região do Algarve vão trazer “mais abandono aos territórios”, menos riqueza e o aumento dos preços dos bens alimentares.
“Não se promove coesão territorial sem atividade agrícola e sem agricultores”, assinalou, citado na mesma nota, Idalino Leão.
A confederação defendeu ainda que se não for realizado um esforço conjunto, que respeite as necessidades dos produtores e das populações, “poderemos caminhar para uma situação em que para além da falta de água nos copos, falte também alimentos nacionais na mesa”.
Presidente da CONFAGRI manifesta, em Bruxelas, preocupação sobre a situação da água em Portugal