Só nos últimos 15 dias a Guarda Nacional Republicana deteve oito pessoas que, no total, tinham em seu poder mais de 1.300 quilos de alfarroba.
Nesta altura do ano, verificam-se com frequência roubos nos pomares de alfarroba, mas na época da cultura do abacate, um fruto bastante valioso, é esta produção que é “subtraída” dos campos.
O diretor regional de agricultura do Algarve sublinha que se assiste desde há algum tempo a roubos de grupos organizados e que já não é o “roubo ocasional, de saquinho de supermercado”. Pedro Valadas Monteiro afirma que esses roubos estão a ser substituídos por práticas mais elaboradas, em que vários indivíduos deslocam-se para um pomar para tirar o que conseguirem. ” Temos algumas situações em que no espaço de meia hora colhem 2.500 euros, três mil euros de produção”.
Na ação a que denominou “Campo Seguro”, e que está a fazer a fiscalização em todo o país, só esta semana, na zona de Albufeira e Silves, a GNR deteve cinco pessoas. Num caso um homem já tinha em sua posse mais de 200 quilos de alfarroba, no outro dois homens e duas mulheres tinham apanhado das árvores mais de 480 quilos.
Há cerca de duas semanas, outros indivíduos foram apanhados com mais de 500 quilos também de alfarroba.” A GNR de Albufeira conseguiu deter esses três indivíduos em flagrante”, lembra o capitão da GNR Humberto Galego. Só no Algarve, a Guarda Nacional Republicana já tem “31 pessoas identificadas e detidas por furto de alfarroba”.
O diretor regional de agricultura explica que a cotação da alfarroba este ano está mais alta, daí estes furtos começarem a ser frequentes. E se o produtor de abacate já está mais organizado e consegue vigiar melhor os seus campos, o de alfarroba tem outro perfil.” São propriedades mais pequenas, muitas vezes isoladas, em que os proprietários são quase sempre idosos”, explica Pedro Monteiro.
O artigo foi publicado originalmente em TSF.
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