Andamos a comer peras, maçãs, pêssegos e cerejas com pesticidas que já não deviam ser usados na Europa, alerta a rede de organizações não governamentais PAN Europa. Um estudo, apresentado esta terça-feira, indica que, em vez de diminuir, o uso de substâncias químicas (que deviam ter sido substituídas) aumentou 8,8% em nove anos. E Portugal segue a mesma linha
O uso de químicos tóxicos na agricultura europeia continua a aumentar em vez de diminuir, alerta um estudo divulgado esta terça-feira pela PAN Europa (Pesticide Action Network – uma rede de organizações não governamentais e instituições que trabalha para minimizar os efeitos negativos dos pesticidas perigosos.
O objetivo da Estratégia Europeia “Do Prado ao Prato” e do Pacto Ecológico Europeu é conseguir reduzir em 50% o uso de pesticidas na agricultura até 2030, mas tal ambição está longe de ser aprovada e aplicada. E, ao contrário do recomendado, várias substâncias químicas usadas em pesticidas, herbicidas, inseticidas e fungicidas — que já deveriam ter sido substituídas — continuam a ser usadas na fruta e vegetais que chegam aos supermercados e às nossas casas.
“Este relatório e as suas conclusões contradizem as declarações oficiais de que o uso de pesticidas tóxicos está a diminuir e que os níveis encontrados se encontram dentro dos limites aceitáveis”, lê-se na introdução ao estudo, que também aponta o dedo aos Estados-membros e à Comissão Europeia por “fracassarem na aplicação do regulamento e na proteção dos consumidores”.
Apesar de a União Europeia afirmar que houve uma redução de 12% no uso das 55 substâncias químicas listadas para substituição, um relatório da Comissão Europeia de 2019 dá conta que o prometido “phasing out” (desde 2011) não aconteceu. De acordo com o estudo da PAN Europa, em vez de diminuir, a taxa de uso aumentou 8,8% em nove anos.
Maçãs, pêssegos, peras e cerejas na lista
Com base na análise de mais de 97 mil amostras de fruta fresca cultivada […]