A Estrelacoop – Cooperativa dos Produtores de Queijo da Serra DOP (Denominação de Origem Protegida) vai apresentar nas feiras que se vão realizar nas próximas semanas na região Centro a nova rotulagem uniforme do Queijo Serra da Estrela.
“Vamos apresentar pela primeira vez nas feiras a nova rotulagem, a uniformidade da rotulagem. Onde quer que esteja, o consumidor vai identificar logo, entre os demais queijos existentes, que aquele é o Queijo Serra da Estrela DOP”, explicou à Lusa o presidente da Estrelacoop, Joaquim Lé de Matos.
O dirigente realçou que “é um ano de transição” e precisou que “será uma nova rotulagem igual para todos os produtores de todo o Queijo Serra da Estrela DOP, seja o queijo de 30 a 35 dias, o chamado amanteigado, seja o Queijo Serra da Estrela velho”.
“Os produtores estão a esgotar os seus rótulos e a partir deste alavão [época da produção de queijo] e do próximo haverá nova rotulagem em uniformidade”, apontou o presidente da Estrelacoop, com sede em Celorico da Beira, no distrito da Guarda.
Na sua opinião, este será mais um fator diferenciador da marca em relação a outros tipos de queijo.
“Todos estes passos estão a contribuir para que consigamos valorizar a fileira do Queijo Serra da Estrela, a seguir um caminho para colocarmos o queijo num patamar que seja considerado um produto único e de excelência”, destacou Joaquim Lé de Matos.
O dirigente evidenciou ainda que “as coisas estão diferentes, porque também houve uma valorização do preço do leite e há uma maior rentabilidade da atividade agropastorícia. O leite estava a 1,40 euro e neste momento está em 1,90. Justamente”, sublinhou.
Consequentemente, “houve uma valorização do preço do queijo Serra da Estrela”, mas isso não se refletiu nas vendas.
“Com a diminuição do poder de compra, enquanto outros queijos tiveram uma quebra de vendas, nós verificámos que o queijo Serra da Estrela DOP não teve nenhuma quebra de vendas, pelo contrário. Quanto mais tivéssemos, mais conseguíamos escoar”, sustentou.
“Os consumidores apreciam e não se importam de pagar um pouco mais para ter um produto de qualidade”, reforçou Joaquim Lé de Matos.
Sobre esta época de produção, o dirigente da Estrelacoop considerou que “é um bom ano”, porque “a chuva tem sido muito benéfica para os pastos e para as ovelhas” e “pela qualidade do leite, pela gordura e pela proteína”.
A produção de Queijo Serra da Estrela DOP é assegurada por 27 produtores.
A DOP está circunscrita aos concelhos de Carregal do Sal, Celorico da Beira, Fornos de Algodres, Gouveia, Mangualde, Manteigas, Nelas, Oliveira do Hospital, Penalva do Castelo, Seia, Aguiar da Beira, Arganil, Covilhã, Guarda, Tábua, Tondela, Trancoso e Viseu, nos distritos de Viseu, Coimbra, Guarda e Castelo Branco.
Como revelou em 2023, a Estrelacoop está a preparar a candidatura do queijo Serra da Estrela DOP a Património Imaterial Mundial da UNESCO.
Joaquim Lé de Matos referiu a este propósito que já “é unânime” entre os municípios que se avance com o processo e que está encontrada a pessoa que irá coordenar o trabalho científico.
“Deverá ser Carlos Lima, uma pessoa muito conhecedora do património imaterial, responsável por outras candidaturas, como o Fado e os Chocalhos”.
O dirigente da Estrelacoop destacou que era importante a mobilização dos municípios para dar início à preparação da candidatura.
A Estrelacoop é o agrupamento gestor da DOP dos queijos Serra da Estrela e Serra da Estrela Velho, do requeijão Serra da Estrela e do borrego Serra da Estrela.