Equipas de alunos de estabelecimentos de ensino de todo o país estão este sábado desde as 8h da manhã em competição na Escola Agrária de Santarém, naquela que é a 5.ª edição das “24h de Agricultura Syngenta”. São 30 equipas com um total de 150 alunos, que participam num carrossel de provas que ditará a equipa vencedora que será conhecida no domingo, dia 10, pelas 8h.
Prova é oportunidade para os alunos contatarem o mundo do trabalho
Ana Cristina Ramos, da Associação Portuguesa de Horticultura, explicou que estão em competição alunos de escolas que ministram ciências agrárias de todo o país, estando representadas escolas de ensino profissional, licenciaturas e mestrados. As 24h de agricultura, explicou a mesma interlocutora, são uma oportunidade para os jovens contactarem com o mundo do trabalho, ao mesmo tempo que as provas são também uma forma de aprender e de competir, dando-lhes a conhecer «a realidade do mercado de trabalho», pois aproxima-os «dos profissionais do setor».
Agricultura 4.0 é o tema da prova
Este ano o tema é em torno da “Agricultura 4.0”, ou seja, explicou, «da digitalização da agricultura e como a informática serve a agricultura». Todas as provas que os patrocinadores desenharam incluem essa componente.
Ana Ramos deu conta ainda de que a prova se realizou em Santarém este ano, mas que já estava prevista desde 2019, tendo sido adiada devido à pandemia. Aqui, disse, «encontrámos as condições necessárias para realizar o nosso desafio», concluiu agradecendo a disponibilidade da Escola Agrária de Santarém desde a primeira hora em colaborar.
Felisbela Torres de Campos, da Syngenta, o principal patrocinador do evento, deu conta da satisfação em poder continuar a apoiar a iniciativa, mostrando o seu agrado pelas condições que encontraram em Santarém. Afirma que esta é uma oportunidade para que os futuros profissionais conheçam o que a Syngenta tem para oferecer para o mercado, bem como para dar a conhecer «um potencial local de trabalho para alguns deles». A prova, disse ainda, «é uma boa maneira de dar a conhecer a realidade da agricultura aos alunos», destacando o investimento que a empresa está a realizar na “Agricultura 4.0”, para que a agricultura «seja mais sustentável, mais amiga do ambiente e se consiga mais segurança alimentar». As provas que os alunos enfrentam permitem ainda «dar ideia de métodos de trabalho em equipa, desenvolvendo preocupações sociais e ambientais». Recordou que por vezes o mundo académico está «um pouco afastado da realidade», sendo esta uma oportunidade para os alunos terem contato com «a realidade agrícola».
Escola Superior Agrária anfitriã da prova
Margarida Oliveira, a subdiretora da Escola Agrária de Santarém, classificou a iniciativa como «muito importante», pois permite aos alunos «articular conhecimentos e colocá-los em prática em contexto real», ao mesmo tempo que o trabalho desenvolvido em equipa permite «criar sinergias», dando uma perspetiva sob o que será o mercado de trabalho. Para a Escola Agrária de Santarém a realização da prova nas suas instalações é «um motivo de grande orgulho», pois significa que a Escola «está bem apetrechada para enfrentar os desafios da Agricultura 4.0». Nos últimos anos foram feitos importantes investimentos em equipamento, nomeadamente em máquinas agrícolas com GPS, drones com sensores multiespectrais, entre outros equipamentos, que permitem aos alunos da ESA de Santarém conhecer métodos de trabalho «mais eficientes e como se produz com o mínimo de recursos possíveis». Findou reforçando que é «um grande orgulho ser o anfitrião desta prova», sobretudo porque estamos «no centro de uma grande região agrícola».
Município de Santarém apoia ideias inovadoras
O Vereador da Câmara Municipal de Santarém, Nuno Russo, classificou o desafio como «de grande importância», pois vieram até Santarém alunos de várias regiões do país para um concelho que é «tradicionalmente agrícola». Disse ainda que não bastará «ser a Capital Nacional da Agricultura, realizando a Feira Nacional da Agricultura e mais recentemente a Agroglobal. É preciso aproveitar todas as oportunidades para mostrar e potenciar o setor agrícola». Por isso, explicou, quando o município teve conhecimento das 24h de Agricultura associou-se de pronto. Mais tarde foram desafiados a criar uma prova, enquanto patrocinadores e vieram propor aos alunos que encontrem ideias para a «Zona de Desenvolvimento Económico, em Pernes, que se quer que seja uma área exclusiva com projetos da agroindústria». Nuno Russo disse ainda que se houver ideias que sejam inovadoras e exequíveis vê com grande chance a hipótese de as implementar pelo município de Santarém.
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O artigo foi publicado originalmente em Rede Rural Nacional.