O projeto “Apadrinhar uma Oliveira” quer que 300 oliveiras abandonadas na região de Abrantes sejam apadrinhadas até ao Natal, de forma a recuperá-las, criar novos postos de trabalho e desenvolver o património natural local, anunciou a organização.
O projeto consiste em que o padrinho “escolhe uma oliveira abandonada, batiza-a, recebe notícias da evolução da sua árvore e visita-a quando quiser”, explica a Apadrinhaumaoliveira num comunicado, acrescentando que o apadrinhamento implica uma doação anual de 60 euros.
Como agradecimento, o padrinho recebe dois litros de azeite virgem extra por ano, produzido a partir das azeitonas das oliveiras abandonada, acrescenta.
Segundo a associação, o “Apadrinhar uma oliveira” foi lançado em junho deste ano e já conta com 80 padrinhos, o que levou à criação de três postos de trabalho a tempo inteiro e à apanha de 950 quilos de azeitonas este outono.
Em Abrantes, no distrito de Santarém, aquela instituição estima que haja cerca de 10 mil oliveiras para recuperar, “fruto do abandono dos campos”.
“Se chegarmos às 300 oliveiras apadrinhadas até ao Natal criamos mais um posto de trabalho local e tornamos este projeto viável”, afirmou o diretor do “Apadrinhar uma oliveira”, João Rijo, citado no comunicado.
Sugerindo ser uma prenda de Natal solidária, a associação defende no comunicado que este é um presente que permite também “agir, sensibilizar e implementar iniciativas inovadoras”.
Por isso, “dar a possibilidade de ser padrinho ou madrinha de uma oliveira é oferecer um presente sustentável, que promove a recuperação de património natural e a criação de postos de trabalho”, explica João Rijo.
Além de ter como objetivo recuperar os olivais abandonados, “Apadrinhar uma Oliveira” quer chamar à atenção a importância das oliveiras para o património cultural e natural de Abrantes, que tem árvores com mais de 500 anos, incluindo a oliveira mais antiga da Península Ibérica, com 3.350 anos.
O projeto original vem de Espanha, através do “Apadrina un Olivo”, que já recuperou 16.000 oliveiras desde que foi criado, há nove anos, e conta com 7.000 padrinhos.
Segundo disse João Rijo à agência Lusa, o projeto espanhol esteve também envolvido na criação da versão portuguesa.