Estudo mostra que trazemos mais peso e menos dinheiro do supermercado do que antes da pandemia, mantendo-se a tendência para um maior consumo em casa. Reformados já são os maiores compradores online.
Em média, os portugueses foram um total de 138 vezes ao supermercado durante o ano passado. E de cada vez que lá foram, acabaram por levar mais produtos para casa e gastaram também mais dinheiro do que era habitual antes da pandemia de Covid-19, segundo a consultora de mercado Kantar.
O estudo intitulado “Certeza no meio da incerteza”, a que o ECO teve acesso, mostra que, apesar de os indicadores terem baixado em relação ao primeiro ano da pandemia, as cestas de compras estão maiores (10,3 quilogramas por ato vs. 10,1 em 2019) e mais valiosas, com um gasto médio de 22 euros em cada compra, dois euros acima do nível pré-pandemia.
No que toca ao desempenho no setor do grande consumo, a evolução em 2021 reflete um cenário de perda (-4,1% em valor e -6,5% em volume) face ao ano anterior. No entanto, quando a comparação é feita com 2019, os dados analisados pela Associação Portuguesa de Empresas de Produtos de Marca (Centromarca) mostram um crescimento de 10,3% em valor e 3,6% em volume.
Num ano em que já houve períodos de desconfinamento quase total, sobretudo no verão, passou a haver muito menos consumo em casa do que em 2020 (-8,6%), mas ainda mais do que na era pré-pandemia (2,6%). O impacto é visível sobretudo nos momentos de consumo que anteriormente eram feitos no local de trabalho, como o almoço e o lanche da tarde, mas também ao jantar.
A procura por prazer e a desculpabilização dos hábitos de consumo marcaram também este segundo ano de pandemia, como ilustra a análise da Centromarca. Por exemplo, baixou a compra de azeite, manteiga magra, bolacha Maria e salsichas em lata, produtos que tinham enchido a despensa dos portugueses em 2020, e aumentou o consumo de snacks de queijo, colas, batata frita gourmet e donuts.
Os dados de compra são baseados no Painel de Lares da Kantar, uma amostra de 4.000 lares participantes, representativos de Portugal Continental, dispersos em mais de mil pontos de sondagem, que declararam as suas compras no período em análise de 52 semanas, compreendidas entre 4 de janeiro de 2021 e 2 de janeiro de 2022. Os resultados apresentados têm um nível de confiança de 95%, com erro amostral associado de 1,96%.
Outro destaque é que os portugueses passaram menos tempo na cozinha e parecem ter as chamadas “alternativas convenientes” como prioridade. Subiu o número de inquiridos que demoram até 20 minutos a preparar as refeições, descendo a percentagem acima desse […]