A polícia da Índia voltou hoje a disparar gás lacrimogéneo no segundo dia consecutivo de protestos dos agricultores, que estão a tentar avançar em direção à capital, Nova Deli, apesar do forte dispositivo policial que tenta bloquear o caminho.
Os agricultores indianos convocaram a chamada “Marcha para Deli” no início da semana para exigir um preço mínimo para as suas colheitas, mas a polícia montou fortes barricadas com blocos de betão e arame farpado para cortar o acesso ao centro da cidade.
O sector já saiu à rua em janeiro de 2021, quando realizou fortes protestos contra o Governo, embora agora exija também concessões como o perdão de empréstimos e tenha apelado diretamente ao primeiro-ministro, Narendra Modi, para resolver os problemas com que se deparam, segundo informações do canal de televisão NDTV.
Na cidade de Shanbhu, a cerca de 200 quilómetros da capital, foram registados confrontos entre os manifestantes e as forças de segurança, que ergueram barricadas e muros para impedir a progressão das marchas, um dia depois de também ter sido disparado gás lacrimogéneo contra os agricultores.
O Ministro da Agricultura indiano, Arjun Munda, apelou à paciência dos agricultores, uma vez que a lei que garante um preço mínimo para cada colheita não pode ser aprovada sem consultar todas as partes interessadas, explicou.
Os agricultores têm uma grande influência política na Índia devido ao seu grande número, e os novos protestos surgem antes das eleições previstas para abril.
Dois terços dos 1,4 mil milhões de habitantes da Índia vivem da agricultura, que representa quase um quinto do Produto Interno Bruto (PIB) do país, segundo dados do Governo.
Hoje os agricultores disseram que tinham combustível suficiente para suportar “uma longa greve” e chegar a Nova Deli.
Os agricultores garantiram que poderiam suportar até seis meses de protestos e asseguraram que não se retirarão até que as suas exigências sejam satisfeitas.