Estima-se que existam entre 5 e 10 milhões de espécies de plantas e animais na Terra. No entanto, apenas cerca de 2 milhões dessas espécies foram formalmente descritas e nomeadas, sendo que entre 30 e 50% dessas estarão ameaçadas.
A salvaguarda da biodiversidade é essencial para garantir o funcionamento dos ecossistemas e manter as contribuições da natureza para as pessoas, que delas dependem para a sua sobrevivência e bem-estar. É urgente desenvolver estratégias para acelerar o conhecimento e a produção de dados sobre a diversidade biológica e definir prioridades para a sua conservação, promovendo novas formas de governação que envolvam ativamente as comunidades e reconheçam os limites planetários.
A investigação e as práticas de conservação da biodiversidade, em todas as suas dimensões (espécies, ecossistemas, genética, filogenética, funcional), foram das primeiras áreas do conhecimento a adotar as agendas digitais, uma vez que lidam com grande volume de dados produzidos com diferentes objetivos e por distintos atores, entre os quais: a localização e abundância dos organismos, a sua relação com fatores bióticos e abióticos nas suas áreas de distribuição, a monitorização de espécies e áreas protegidas, a tradução das contribuições da natureza para as pessoas, como os serviços de ecossistema (ex. a polinização ou o controlo de pragas e doenças), os esforços contínuos de catalogação do mundo natural e digitalização de coleções científicas, ou o crescente envolvimento dos cidadãos nos processos científicos de produção de conhecimento, fornecendo informações valiosas para a preservação, monitorização e compreensão do mundo natural.
As ferramentas digitais, incluindo a Inteligência Artificial, aceleram a compreensão da […]