Os gritos. As correrias afogueadas. Os baldes de mão em mão e as mãos na cabeça. As chamas que se passeiam por entre as casas e que não poupam nada, nem roupa, nem carros, nem animais, nem projetos de vida, nem floresta. E as chamas que poupam, as que poupam, mas a lamber muros, a criar aflição a 200 metros de vidas construídas dentro de quatro paredes.
Por estes dias, como sempre, apesar da sombra violenta da tragédia de Pedrógão, banalizamos os relatos e as imagens de povoações inteiras deslocadas, e mal retemos os números avassaladores da área ardida, interrogando-nos sobre como é possível que, ano após ano, ainda haja alguma […]