A Índia está a apostar em tecnologias de energia renovável descentralizada para atingir o objectivo nacional de energias limpas. Os pequenos negócios rurais são uma das chaves para este objectivo.
Na sua aldeia no norte da Índia, Shivraj Nishad espalha flores de jasmim e rosas sobre tabuleiros para secar pétalas utilizadas para fazer chá, como sempre fez. Mas agora tem uma ajuda extra: um secador alimentado a energia solar, sinal de uma revolução energética rural que desponta no país.
A sua microempresa deu o salto quando investiu as suas poupanças de 60 mil rupias (cerca de 660 euros) na compra de um secador solar, que inclui dois painéis solares que alimentam as ventoinhas quem sopram ar quente sobre milhares de flores, em lotes de 60 quilos de cada vez.
“O secador ajudou-me a estabelecer a confiança no meu negócio”, afirmou à Reuters, espalhando flores de ervilha azul e jasmim branco da Arábia, impregnando de perfume o ar quente da tarde.
A Índia está à procura de inovadores como Nishad para contribuírem, com cada um dos seus pequenos negócios, para o objectivo nacional de instalar 500 GW de energia a partir de fontes não fósseis até 2030. A transição energética faz parte dos objectivos mais amplos da ONU de acabar com a pobreza e combater as alterações climáticas.
A Índia, a nação mais populosa do mundo, tem registado um crescimento lento mas constante de negócios que não dependem da rede eléctrica, utilizando este tipo de secadores solares, câmaras frigoríficas alimentadas a biomassa ou máquinas solares de enrolar seda.
Mas os custos iniciais elevados, a dificuldade de chegar à tecnologia de energias limpas, a falta de acesso dos agricultores aos mercados e a informação inadequada para os novos empresários continuam a ser grandes obstáculos para esta transição.
Actualmente, Nishad vende entre 500 e mil quilos de flores por mês, no valor de até 400 mil rupias (cerca de 4385 euros), com lucros de cerca de 100 mil rupias (mais de mil euros por mês). A empresa também ajuda centenas de agricultores da região e gera […]