A ministra da Agricultura e Alimentação, Maria do Céu Antunes, mostrou-se hoje convencida que não vai faltar água para a agricultura portuguesa este ano, não sendo necessário tomar medidas mais drásticas, por enquanto.
“Aquilo que esperamos é que, de facto, isso não aconteça”, assegurou a responsável governamental em resposta a uma pergunta sobre a possibilidade de faltar águas nas torneiras dos agricultores.
Maria do Céu Antunes, que esteve reunida em Faro com os dirigentes das principais associações de agricultores algarvios, acrescentou que, “do ponto de vista nacional, os aproveitamentos hidrográficos estão com uma média de armazenamento de 80%” da sua capacidade máxima.
“Neste momento nós não sentimos ainda a necessidade de ir para medidas mais drásticas”, disse a responsável governamental, recordando que algumas medidas de contenção já foram tomadas, como, por exemplo, as aplicadas no aproveitamento hidrográfico de Mira, “nomeadamente impedindo novas culturas”.
No entanto, a ministra da Agricultura referiu que “seis aproveitamentos estão longe destes valores médios”, entre eles três situados no litoral alentejano e dois no Algarve (barragens de Arade e Bravura).
“Aliás, todos os outros vão cumprir a campanha de rega 2023”, disse Maria do Céu Antunes.
No que diz respeito ao Algarve, a ministra reconheceu que as barragens de Arade e Bravura estão “numa situação bastante gravosa”, sendo os “principais problemas” que há na região.
“Já no ano passado utilizámos uns furos da Câmara Municipal de Portimão para garantir as culturas permanentes. Este ano vamos fazê-lo de novo”, revelou a Maria do Céu Antunes.
A responsável afirmou que há “planos de contingência” e “os agricultores sabem com o que podem contar”.
“Nós tomaremos as medidas necessárias sem alarmismos, mas de forma muito responsável e com grande acompanhamento para que tudo corra o melhor possível”, concluiu a ministra da Agricultura.
De acordo com o índice ‘PDSI – Palmer Drought Severity Index’, citado pelo Governo, no final de abril, há 40 municípios na classe de seca severa e 27 em seca extrema, o que corresponde a cerca de 40% do território nacional.