Autarquias afetadas respondem que nem pensar e acusam estudo de impacto ambiental de ter erros graves.
A empresa que quer explorar a primeira mina de lítio em Portugal promete gastar cerca de 7 milhões de euros, ao longo de 12 anos, para compensar os efeitos negativos da exploração em Covas do Barroso, mas os concelhos afetados recusam dar parecer positivo ao projeto.
O estudo de impacto ambiental apresentado pela Savannah, uma empresa de origem australiana, para a mina do Barroso – que funcionará a céu aberto, com recurso a explosivos -, é arrasado pelas várias autarquias afetadas que temem efeitos muito mais graves do que aqueles que são indicados, apontando erros básicos.
O documento, em consulta pública até 2 de junho, lido pela TSF, confirma que um dos principais efeitos negativos da mina de lítio é sobre a área classificada pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) como Património Agrícola Mundial, num ‘selo’ único no país que distingue as características culturais e paisagísticas dos concelhos de Boticas e Montalegre.
Para compensar os efeitos sobre o Barroso Património Agrícola Mundial, a empresa propõe patrocinar um estudo histórico e etnográfico, ajudar a promover a raça barrosã e do porco bísaro, bem como projetos de agricultura.
Os responsáveis da futura mina dizem ainda que irão comprar o “máximo de produtos a fornecedores locais”, “estimulando a economia local e a produção de produtos como a carne barrosã, o mel, fumeiro, hortícolas, entre muitos outros”.
600 mil euros por ano
À margem da questão do património mundial, o Plano de Partilha de Benefícios apresentado pela empresa promete fazer um programa de empreendedorismo local, contratar mão-de-obra vizinha, dar bolsas de estudo