Esta manhã de segunda-feira, o Tribunal de Leiria começa a julgar 11 arguidos apontados pelo Ministério Público (MP) como responsáveis pelos incêndios e pelas consequências trágicas dos incêndios de Pedrógão Grande.
O que está em causa no julgamento?
A responsabilidade criminal nos incêndios de Pedrógão Grande, ocorridos entre 17 e 22 de junho de 2017, nos quais o MP contabilizou 63 mortos e 44 feridos que avançaram com procedimento criminal.
As chamas consumiram 24 mil hectares abrangendo cinco concelhos: Pedrógão Grande, Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos. Alvaiázere e Ansião, todos em Leiria. Os prejuízos apontados pelo MP são de “pelo menos 90,3 milhões de euros”.
O que causou o incêndio e porque foi tão grave?
Segundo o MP, às 14.38 horas de 17 junho, uma descarga elétrica de causas não apuradas com origem numa linha elétrica da EDP Distribuição causou um incêndio no Vale da Ribeira de Frades, em Pedrógão Grande, num troço de terreno “desprovido de faixa de proteção e onde não tinha sido efetuada a gestão de combustível”. A existência de árvores e vegetação por baixo da linha propiciou a ignição do incêndio e facilitou a sua propagação, diz o MP.
Cerca das 16.00 horas, na zona de Regadas, também em Pedrógão Grande, deflagrou um segundo incêndio, igualmente gerado por “uma descarga elétrica de causa não apurada”, com origem na mesma linha de média tensão.
Segundo o MP, estes dois incêndios acabaram por se juntar, após as 19.30 horas, num “encontro de frentes”, que conduziu a um mecanismo de comportamento “extremo de fogo”, “que causa uma aceleração brusca de velocidade de propagação de fogo”, criando ainda “condições de formação de estruturas de elevada vorticidade, como tornados de vento e tornados de fogo”, lê-se no despacho, considerando-se que este mecanismo ocorreu com os dois incêndios, fazendo com que o fogo “progredisse com