A Lusomorango – Organização de Produtores de Pequenos Frutos, sediada em São Teotónio, Odemira, procedeu à entrega de alimento para quatro mil e quinhentas colmeias, de apicultores afetados pelos incêndios que assolaram o centro e norte do país nas últimas semanas.
“Este donativo simboliza o compromisso da Lusomorango para com a agricultura nacional, e em especial com o setor apícola, que é um pilar basilar do ecossistema nacional”, refere o CEO da Lusomorango, Joel Vasconcelos. “As abelhas são essenciais para que Portugal tenha os melhores pequenos frutos da Europa. Salvá-las é uma obrigação de todos”, acrescenta.
“Esta vaga de incêndios pôs a nu, mais uma vez, as consequências de termos grande parte do país desertificado e sem atividade económica capaz de atrair pessoas”, afirma, alertando que “a agricultura é a principal atividade económica em algumas regiões do país, e a única que poderá contrariar esta realidade. Deve, pois, ser apoiada, acarinhada e incentivada. Infelizmente, em grande parte do nosso território, verificamos precisamente o contrário”.
Na sequência desta ação, a Lusomorango apela ao Governo que tome as medidas necessárias para que todo o país tenha iguais condições de desenvolvimento, reforçando a urgência de se avançar com os investimentos propostos para a atividade agrícola, nomeadamente o Projeto Água que Une. Apela ainda ao fim dos entraves burocráticos impostos diariamente por organismos do próprio Estado – como o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) –, que têm vindo a “asfixiar” agricultores e investidores agrícolas, e que fazem com que muitos abandonem ou desistam da atividade agrícola, em especial em territórios ardidos, como é também exemplo o Concelho de Odemira.
“A verdadeira coesão territorial, que crie reais instrumentos ao desenvolvimento dos espaços rurais, é a única resposta estrutural para enfrentar esta catástrofe que tem assolado Portugal, ano após ano. Haja vontade e coragem para tomar medidas, avançar com investimentos e colocar todos os organismos do estado alinhados com esse desígnio nacional”, conclui Joel Vasconcelos.
Fonte: FNAP