O secretário da Agricultura e Desenvolvimento Rural do Governo dos Açores, António Ventura, disse hoje esperar que o Instituto da Vinha e do Vinho “esteja a funcionar em pleno” no “início” de 2022 na ilha do Pico.
Em declarações à agência Lusa, o governante revelou que a proposta para a criação do instituto vai ser levada a Conselho do Governo no “fim deste mês”, seguindo depois para a Assembleia Regional.
Ventura disse esperar que o Instituto da Vinha e do Vinho seja aprovado por unanimidade no parlamento açoriano, “para entrar em funcionamento logo no início do ano em janeiro” de 2022.
“Espero que no início do ano [de 2022] o Instituto da Vinha e do Vinho esteja a funcionar em pleno. Estará sedeado na ilha do Pico. Irá a Conselho de Governo no fim deste mês e depois será entregue o decreto legislativo regional na Assembleia Regional em setembro”, afirmou.
António Ventura destacou que o Governo Regional (PSD, CDS-PP, PPM) pretende desenvolver o setor vitivinícola para “criar emprego e fixar pessoas” nas ilhas do Pico, Graciosa, Terceira, Santa Maria e São Jorge.
Segundo disse, o Instituto da Vinha e do Vinho vai ser a “alavanca que faltava para conjugação de vontades” entre a “administração regional, a produção, a transformação, a comercialização e a distribuição”.
“O Instituto da Vinha e do Vinho irá planear, orientar e definir as políticas da vitivinicultura nos Açores. Já existe o de Portugal, existe o da Madeira, havia aqui uma lacuna por parte dos Açores”, apontou.
António Ventura considerou necessário existir “uma maior presença” do vinho dos Açores “nos mercados nacionais e internacionais” e avançou que em 2022 vai arrancar uma “publicitação muito forte” dos produtos agrícolas regionais.
O secretário regional disse querer uma “majoração de apoios” no próximo quadro comunitário para permitir o “aumento da capacidade de transformação” das cooperativas vitivinícolas.
“Há área plantada, há muita área a desenvolver em termos de produção, mas também falta, em termos paralelos, mão-de-obra especializada para o tratamento da vinha e falta capacidade de transformação. As cooperativas existentes estão no seu limite”, declarou.
António Ventura considerou a “capacidade de transformação” e a “falta de mão-de-obra” como a “principal limitação” do setor.
Para colmatar a falta de mão-de-obra, o secretário regional disse pretender “abrir conjuntamente com as cooperativas vitivinícolas cursos de formação” para o tratamento de vinhas e trabalhar com a “escolas profissionais” para que sejam lecionados “módulos de formação na área da vitivinicultura”.
Contudo, o governante realçou que a falta de mão-de-obra é um “problema” de todo o setor agrícola regional.
“A mão-de-obra é algo que estamos a ter dificuldade em encontrar para a agricultura. Provavelmente, vamos ter de importar mão-de-obra porque não se pode ter uma agricultura ou agriculturas nos Açores, numa escala média empresarial, sem mão-de-obra”, concluiu.