O vento forte vai manter em alerta todos os operacionais que combatem o incêndio que deflagrou na quarta-feira, em Lamas, e que chegou hoje à cidade de Valpaços, disse o presidente da câmara local.
Amílcar Almeida disse que, pelas 20:00, a “situação estava mais calma” no concelho de Valpaços, depois de, durante a tarde, se terem vivido “momentos de aflição”.
“Felizmente já não temos fogo ao pé das casas”, afirmou, referindo que o incêndio lavrou junto a casas de um bairro residencial da cidade, onde as máquinas de rasto também estiveram a limpar e a abrir uma zona de contenção.
Antes tinha também ameaçado algumas habitações na aldeia de Vassal, situada muito próxima da sede deste concelho do distrito de Vila Real.
“A nossa maior preocupação são as rajadas fortes de vento que se fazem sentir e que fazem com que tenhamos de estar alerta toda a noite. Vamos permanecer por aqui. Queremos acreditar que vamos ter uma noite mais serena, mas é sempre imprevisível porque não sabemos a direção que o vento vai tomar e que ainda pode trazer algumas preocupações e prejuízos”, afirmou Amílcar Almeida.
Pelas 22:00 prevê-se a intensificação do vento que poderá ter rajadas de cerca de 40 quilómetros por hora.
Depois da retirada dos meios aéreos do teatro de operações, onde atuaram durante todo o dia, o presidente lembrou que, durante a noite, só se pode contar com os operacionais espalhados pelo terreno.
Segundo o ‘site’ da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), pelas 20:30 estavam mobilizados para este fogo 267 operacionais e 82 viaturas.
“Quero acreditar que o pior já passou”, frisou.
O autarca disse que não há informação de casas de primeira habitação atingidas pelo fogo e destacou o trabalho “incansável” dos bombeiros, de outros operacionais, dos meios aéreos e das populações.
“Vi muitos habitantes das várias localidades de enxada na mão, com baldes, tratores, foram incansáveis e quando assim é, a puxarmos todos para o mesmo lado, torna-se mais fácil”, salientou.
O fogo deflagrou às 17:30 de quarta-feira e, segundo o presidente, chegou a ter uma “frente de cerca de 10 quilómetros”, tendo passado por território das aldeias de Rio Torto, Monsalvarga e Vassal até chegar hoje às portas cidade.
“O incêndio tomou uma frente muito vasta e o vento projetou-a para várias direções. Nós ontem chegamos a ter uma frente de 10 quilómetros, era impressionante”, referiu, apontando “prejuízos significativos a nível do setor primário”.
Amílcar Almeida apelou à limpeza dos terrenos na envolvente das habitações e reforçou o pedido para a construção de um aproveitamento hidroagrícola, lembrando que o projeto está à espera de aprovação há cinco anos.
Trata-se de um reservatório de água para, disse, apoiar a agricultura e também o combate aos fogos.
O concelho do Norte do distrito de Vila Real tem sido assolado por vários incêndios nas últimas semanas.
Amílcar Almeida contabilizou, no último mês, uma área ardida que rondará os 4.000 hectares e apontou o incêndio que lavra hoje como o que “mais prejuízo tem dado”.