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– 01-09-2004 |
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Incêndios : Sucesso da prevenção depende de política florestal estávelCoimbra, 31 Ago "Só haverá resultados se houver uma política florestal estável, com o envolvimento das autarquias, os guardiões desta estabilidade", afirmou o governante ao intervir na cerimónia de tomada de posse do coordenador da Agência para a Prevenção dos Incêndios Florestais, o geógrafo da Universidade de Coimbra Luciano Lourenço. Por seu turno, ao intervir na sessão, o coordenador da Agência exortou os municípios a elaborarem, "com a máxima brevidade e numa perspectiva faseada", os respectivos planos municipais de defesa da floresta. De acordo com Luciano Lourenço, "as autarquias (municípios e juntas de freguesia), pela sua proximidade aos espaços florestais e aos munícipes (entenda-se proprietários florestais e cidadãos negligentes), serão a chave que pode abrir a porta para o sucesso da prevenção e protecção da floresta contra incêndios". "Bastará que, para tal, se deixem induzir, conjuntamente com os outros organismos da administração, pelos ventos ‘húmidos’ que a Agência para a Prevenção de Incêndios Florestais vai difundir", afirmou. Reportando-se aos efeitos da acção da Agência, que vai funcionar no Centro de Biomassa para a Energia, em Miranda do Corvo, o ministro adiantou que será visível "algum sucesso ano a ano". "Resultados bem nítidos na gestão das florestas só daqui a cinco anos. Na prevenção será mais rápido. Precisamos de uma certa estabilidade na política, ir sempre no mesmo sentido", precisou, adiantando que "só daqui a uma geração a situação estará controlada". Durante a sua intervenção, Carlos da Costa Neves anunciou que o Plano Nacional de Defesa da Floresta estará pronto no primeiro trimestre de 2005 e exortou também as autarquias a concluírem os respectivos planos municipais até ao final deste ano. Segundo o membro do governo, o plano nacional – a elaborar pela Agência – constitui "uma das peças essenciais para definir uma política de prevenção e protecção da floresta, com metas e objectivos". A Agência – adiantou – pretende assegurar a coordenação das várias instâncias do sector, um factor cuja falta, associada à ausência de gestão florestal, tem sido "a principal deficiência" a nível da prevenção e protecção da floresta. "A Agência não irá resolver de um dia para o outro os múltiplos problemas de que enferma a floresta portuguesa. Procurará sim concertar estratégias, orientando e compatibilizando acções concretas da responsabilidade dos diferentes organismos para, num horizonte temporal de médio e longo prazo, encontrar soluções que permitam transformar Portugal num país de florestas, tanto de uso múltiplo, como de produção e de protecção", adiantou o seu coordenador. Em declarações aos jornalistas à margem da tomada de posse que decorreu nos paços do município de Miranda do Corvo, Luciano Lourenço mostrou-se convicto de que, nos incêndios deste ano e do anterior, "falhou, sobretudo, a adequação à situação meteorológica". "A situação climática está a evoluir. Todo o sistema de prevenção e combate vai ter de ser adequado a esta nova realidade climática", sustentou o professor da Universidade de Coimbra. Além da presidente da Câmara de Miranda do Corvo, Fátima Ramos, que também interveio na cerimónia, estiveram presentes os secretários de Estado das Florestas e da Administração Local, Luís Pinheiro e José Cesário, respectivamente, e o governador civil de Coimbra, Fernando Antunes, entre diversas outras individualidades.
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