O vereador da Proteção Civil da Câmara de Leiria apelou hoje à população para não realizar queimas até meados de outubro, tendo em conta as altas temperaturas que se perspetiva manterem-se até ao dia 12.
“Apesar de estarmos no outono, o perigo de incêndio mantém-se elevado nos próximos dias. É expectável que as pessoas, e sendo uma prática comum antes das primeiras chuvas, façam a queima de alguns sobrantes agrícolas. Pedimos que não o façam nos próximos dias”, apelou Luís Lopes.
O autarca socialista salientou que se perspetiva, “provavelmente, até ao dia 12 de outubro, condições muito profícuas para que as temperaturas se mantenham muito elevadas”.
Luís Lopes acrescentou que serão reforçadas as ações de comunicação, mas também de proximidade e o “preposicionamento nas zonas de risco mais elevado”, como já sucedeu no passado fim de semana.
As temperaturas elevadas levaram a câmara a colocar um dispositivo, com dois nadadores-salvadores, na Praia do Pedrógão, no último fim de semana, situação que se irá repetir no próximo sábado e domingo, disse o autarca.
“A afluência aproximou-se das oito mil pessoas nos dois dias. Sensivelmente três mil no sábado e cinco mil no domingo. Fizemos oito assistências, por traumas e um salvamento de um casal na praia sul, sem qualquer tipo de lesão”, revelou.
A época balnear já terminou, mas “iremos continuar a acompanhar esta flutuação de condições meteorológicas e a afluência às nossas duas praias”, referiu.
O vereador independente eleito pelo PSD, Álvaro Madureira, alertou para o impacto que as alterações climáticas estão a ter na Praia do Pedrógão, constatando o aumento do avanço do mar “em relação à marginal e à zona de construção”.
“Peço à Câmara que esteja atenta a esse fenómeno e que faça a monitorização do avanço do mar em relação às construções e à via da marginal. A granulometria das areias da duna é muito mais fina do que aquela que está na praia. Pode ser levada pelo vento facilmente e vir a danificar significativamente as estradas e as casas”, precisou.
Luís Lopes revelou que reuniu esta semana com a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), face à preocupação com a “estabilidade do cordão dunar”, que está a diminuir.
“Queremos perceber se a nível central está prevista alguma intervenção e se o município tiver essa disponibilidade, quando é que podemos contar com apoio da APA para esse efeito”, revelou.
O também vereador do Ambiente adiantou ainda que os municípios do Plano de Ordenamento da Orla Costeira (POOC) Ovar-Marinha Grande têm tido reuniões regulares com a APA. “Está prevista uma nova reunião em outubro para falar sobre a revisão do POOC, que tem influência nestas opções. [A revisão] é extremamente importante para que possamos tomar outras medidas e até acompanhar a evolução das alterações climáticas”, insistiu.