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– 24-02-2006 |
[ Agroportal ] [ Nacional ] |
Inc�ndios: Livro coordenado Instituto de Agronomia defende "floresta funcional"Lisboa, 23 Fev "A raiz do problema dos fogos florestais nas regi�es de reflorestação reside essencialmente no colapso das sociedades rurais tradicionais e na consequente perda de utilidade directa e abandono dos espaços silvestres", real�am num trabalho inclu�do no livro Jo�o Rocha Pinto, Gra�a Louro e Susana Paulo, especialistas do Conselho Nacional de Reflorestação. "Inversamente, a sua resolu��o implica assegurar novamente a valoriza��o, o tratamento e a vigil�ncia permanentes desses espaços, com a concep��o de formas modernas de gestáo do territ�rio e de aplica��o coordenada das diversas pol�ticas públicas", acrescentam. Neste ambito, sobressai na opini�o dos tr�s t�cnicos "a necessidade de garantir a gestáo estratégica (e econ�mica) dos combust�veis florestais, a constru��o de uma nova floresta mais resistente e resiliente aos fogos florestais e a correcta integra��o das actividades e infra-estruturas humanas nos espaços silvestres". "S� com uma floresta funcional e estruturalmente adaptada � sociedade actual e com uma adequada coordena��o dos diferentes agentes que nela interv�m será poss�vel evitar o flagelo dos inc�ndios florestais e a repeti��o das trag�dias vividas em 2003 e 2004", defendem Também Jo�o Pinto, Gra�a Louro e Susana Paulo. Em 2003 – o pior ano em termos de inc�ndios florestais de que h� mem�ria em Portugal – foram devastados pelas chamas 425.706 hectares, enquanto em 2004 os fogos destru�ram 129.539 hectares, segundo a Direc��o-Geral dos Recursos Florestais. Os inc�ndios florestais em 2005 devastaram em Portugal 325.226 hectares. No pref�cio � obra hoje apresentada, que recolhe contributos de diversos especialistas nacionais e estrangeiros nesta área, Jo�o Santos Pereira, professor catedr�tico do Instituto Superior de Agronomia, afirma que "não vale a pena pensar que acabando a floresta de produ��o deixar� de haver fogos". "O que mais arde � o mato: 60 por cento da área ardida na última d�cada do s�culo XX e 44 por cento da área ardida nos primeiros cinco anos do s�culo XXI", refere, acrescentando: "Mesmo que inviabilizada a economia da floresta de produ��o, os inc�ndios rurais continuar�o a ser uma amea�a ao territ�rio povoado". Por seu lado, Tim Peck, do Instituto Florestal Europeu, e Pedro Moura, do Grupo Portucel/Soporcel, defendem que "Portugal dever� ser capaz, no futuro, de competir com sucesso no mercado internacional de produtos florestais e assim aduzir bons argumentos de cariz econ�mico no sentido de angariar o investimento necess�rio ao sector florestal, a par de argumentos de cariz social e ambiental". Num outro trabalho, da autoria de Jos� Cardoso Pereira, Jo�o Brito Carreiras, Jo�o Neves Silva e Maria Vasconcelos, refere-se que "existe uma grande variedade de causas potenciais para os fogos rurais, sendo que a opini�o pública e, possivelmente, as estatésticas oficiais sobrestimam a import�ncia do incendiarismo e subestimam o n�mero de fogos causados por queimadas associadas a actividades de produ��o agro-pecu�ria". "O agravamento substancial do risco meteorol�gico de inc�ndio surge como uma consequ�ncia do extremar das condi��es meteorol�gicas num cen�rio futuro. Consequentemente, � de esperar um aumento da ocorr�ncia e intensidade de inc�ndios florestais", admitem, por sua vez, Rita de Melo Dur�o e Jo�o Corte-Real. Paulo Fernandes considera que "a erradica��o do fogo da paisagem não e poss�vel, não sendo sequer desej�vel em muitas circunst�ncias". "Esta inevitabilidade pode, contudo, ser regulada em extensão e severidade, implementando pol�ticas equilibradas de gestáo do fogo que assimilem o conceito de controlo do inc�ndio através do controlo do (material) combust�vel" nas florestas, acrescenta Paulo Fernandes. O livro "Inc�ndios Florestais em Portugal: Caracteriza��o, Impactes e Preven��o", resultou de uma reflex�o sobre os inc�ndios florestais em Portugal, na sequ�ncia da trag�dia de 2003. Foi coordenado pelo Instituto Superior de Agronomia/Universidade T�cnica de Lisboa e patrocinado pelo Banco Santander Totta. Esta instituição financeira promoveu entre 01 de Setembro e 15 de Outubro de 2003 a campanha "Reconstruir o Futuro" para apoiar as v�timas dos inc�ndios e promover a protec��o das florestas. Foi aberta uma conta de solidariedade, para a qual contribu�ram o pr�prio Santander, com 500 mil euros, e os funcion�rios e clientes da instituição, com 70 mil euros. As verbas recolhidas foram canalizadas, em partes essencialmente iguais, para a Cruz Vermelha Portuguesa e para a Universidade T�cnica de Lisboa/Instituto Superior de Agronomia. A finalidade foi, por um lado, apoiar a ajuda �s v�timas dos inc�ndios e, por outro, financiar um conjunto de iniciativas na área da investiga��o visando a protec��o das florestas, nomeadamente a publicação de uma obra com car�cter cient�fico, que foi a apresentada hoje. O Santander Totta Também assinou um protocolo com a Confedera��o dos Agricultores de Portugal com o objectivo de apoiar os agricultores no restabelecimento do potencial produtivo destru�do pelos inc�ndios, tendo sido criada uma linha de cr�dito. Paralelamente, a instituição criou uma linha de cr�dito de longo prazo (máximo 10 anos), destinada a apoiar, nomeadamente, a constru��o/reconstru��o das habita��es destru�das ou danificadas pelos inc�ndios.
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