A IACA – Associação Portuguesa dos Industriais de Alimentos Compostos para Animais promove no dia 25 de maio, quinta-feira, a Reunião Geral da Indústria. O encontro tem início às 09h00 e realiza-se na Faculdade de Medicina Veterinária, em Lisboa. O foco do encontro anual dos fabricantes de alimentos compostos para animais é a resiliência dos sistemas agroalimentares no âmbito da estratégia Do Prado ao Prato e, também, as estratégias de proatividade do setor na implementação de sistemas de controlo da qualidade e segurança alimentar.
Na reunião está em destaque a mesa-redonda “Compromissos da Indústria para a Sustentabilidade da Fileira” que visa apontar soluções para responder aos desafios lançados pela Estratégia do Prado ao Prato. Nesta mesa-redonda, que decorre na tarde de dia 25, estão em análise vários programas apoiados pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Os projetos que representam um investimento total de cerca de 46 milhões de euros, entre investimento produtivo e financiamento do PRR, têm como finalidade o aumento da incorporação de matérias-primas sustentáveis na produção de alimentos compostos para animais, a economia circular e a redução da resistência antimicrobiana.
Um dos projetos em análise na mesa-redonda é o Insectera, programa que tem como um dos seus pilares o InFeed, ou seja, a alimentação sustentável para animais através da utilização de insetos. Numa outra perspetiva da sustentabilidade, apresenta-se o FeedValue, programa gerido pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e apresentado pelo FeedInov que visa estudar a disponibilidade, em termos de quantidades e elementos nutricionais, de coprodutos da agroindústria que possam vir a ser integrados de forma mais sistemática na alimentação animal. A utilização de técnicas de desidratação destes produtos de forma energeticamente eficiente, tal como o estudo do impacto desta alimentação na redução de metano por parte dos animais é, também, um dos desafios aos quais o programa FeedValue visa responder. O HubRAM, outro dos projetos a ser apresentado, é um programa oficial da DGAV que visa reduzir em 50% o uso de antimicrobianos na alimentação animal até 2025. Ainda em discussão nesta mesa-redonda está o Living Lab, programa cujo objetivo é estudar os efluentes da atividade agropecuária, equacionando a sua utilização para a produção de coprodutos úteis à atividade agrícola. Este projeto integra-se na iniciativa genérica Living Labs que se dedica a atividades dinâmicas, adaptadas a necessidades locais, regionais ou nacionais e cujo paradigma de inovação é uma prioridade orientada para a aplicação sustentável dos recursos, com abordagens multidisciplinares e cocriativas.
A anteceder a mesa-redonda sobre sustentabilidade está uma outra sobre “A importância dos sistemas de controlo privados e a sua interligação com os controlos oficiais”. Neste painel estão em análise os sistemas de controlo de matérias-primas que complementam os planos oficiais realizados pelos Estados-membros da União Europeia. O sistema complementar português, o QUALIACA, é uma das formas através da qual a indústria da alimentação animal contribui para a segurança alimentar de animais – de companhia e de pecuária – e de pessoas. Neste painel são apresentadas as linhas mestras das 40 ações realizadas em 2022 e das 50 perspetivadas para 2023 no âmbito deste projeto.
A propósito do encontro, Jaime Piçarra, Secretário-Geral da IACA, afirma «Este encontro é o reflexo do nosso trabalho diário para criar sistemas agroalimentares resilientes que contribuem para a sustentabilidade do setor e nos ajudam a responder aos desafios da Sociedade».
Romão Braz, Presidente da Associação, acrescenta «Assumimos como nossa a obrigação de preparar as nossas empresas para responderem aos desafios de sustentabilidade que se lhes colocam. Na reunião Geral da Indústria de 2023 apresentamos soluções para problemas que têm vindo a ser identificados e contribuímos para a criação de confiança dos consumidores nos produtos de origem animal produzidos em Portugal.».
Fonte: IACA