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– 23-01-2005 |
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Guin�-Bissau : Praga de gafanhotos atinge j� todo o país, situa��o � catastr�ficaBissau, 22 Jan Numa entrevista � RTP�frica, transmitida no programa F�rum, Marcelino Martins indicou que a Guin�-Bissau está sem meios para combater a praga e lembrou que os agricultores, que constituem 70 por cento da m�o-de-obra activa, estáo j� em "desespero". A praga de gafanhotos chegou � Guin�-Bissau a 19 de Dezembro �ltimo e, desde ent�o, tem dizimado culturas, sobretudo no norte (regi�es de Oio e Cacheu) e leste (Bafaté e Gabu), deixando os camponeses na pen�ria, afirmou. Marcelino Martins evocou o exemplo de um inc�ndio de grandes propor��es que lavrou na regi�o leste do país, próximo de Gabu e junto � fronteira com o Senegal, que reflecte o desespero dos agricultores. Inicialmente, os agricultores defenderam-se da praga queimando pneus velhos, obrigando-os a abandonar as áreas onde pousavam e se alimentavam. Mas, � medida que os pneus se esgotavam, os gafanhotos acabavam por voltar, pelo que, em desespero, incendiaram a floresta. O fogo descontrolou-se e alastrou a várias plantações, destruindo totalmente a produ��o de mais de quatro dezenas das pouco mais de 50 quintas existentes na regi�o. "Toda a produ��o de castanha de caju, arroz, mangas e hortali�as dessa regi�o ficou destru�da", sublinhou Marcelino Martins, admitindo que, na pr�xima esta��o, não será poss�vel qualquer tipo de colheita. Segundo o director-geral da Agricultura guineense, a situa��o agrava-se pelo facto de s� existirem cinco viaturas com atomizadores com pesticidas, todas elas vindas do vizinho Senegal, o que torna imposs�vel um combate eficaz. Portugal e o Fundo das Na��es Unidas para a Agricultura e Alimenta��o (FAO) j� disponibilizaram mais de 300 mil euros para apoiar o combate � praga, mas o dinheiro ainda não se traduziu, na pr�tica, na aquisi��o de meios para combater a praga. Marcelino Martins admitiu que a situa��o � ainda mais grave no arquip�lago dos Bijag�s, onde os gafanhotos t�m "terreno livre" para avan�ar, uma vez que, nas ilhas, não h� um único meio de combate. "A praga chegou � ilha das Galinhas (pr�xima de Bissau) esta semana e, pouco depois, estendeu-se �s restantes 11 ilhas", que constituem uma das principais regi�es de produ��o da castanha de caju, a principal exportação da Guin�-Bissau, afirmou. Segundo as previs�es do Ministério da Agricultura guineense, as 90 mil toneladas de castanha caju exportadas em 2004 – a Guin�- Bissau � o quinto maior exportador mundial – não dever�o ser atingidas nos próximos dois a tr�s anos. A raz�o prende-se com o facto de os gafanhotos estarem, j�, numa fase de matura��o, isto �, come�ou o período de acasalamento e as f�meas j� iniciaram o período da desova, que levar� �s larvas pouco depois do in�cio da �poca das chuvas, entre Junho e Outubro. "Esses ovos, assim que tiverem a humidade necess�ria, transformar-se-�o em larvas e � sabido que as larvas comem tudo o que � verde. A Guin�-Bissau � uma enorme mancha verde, pelo que não s� as produ��es da castanha de caju seráo afectadas, como Também as de arroz, mangueiros e hortali�as", alertou. "Se não forem tomadas medidas rapidamente, se não come�armos a combater j� a praga, a situa��o de catéstrofe que j� se vive piorar� e haver� fome, uma vez que 70 por cento da popula��o tem na agricultura o seu meio de subsist�ncia", frisou Marcelino Martins. Segundo aquele t�cnico do Ministério da Agricultura guineense, foi uma "sorte" os gafanhotos terem surgido na Guin�-Bissau em meados de Dezembro, uma vez que j� estava no fim a colheita do arroz, pelo que as perdas foram "residuais". No entanto, a produ��o de arroz, a principal dieta alimentar dos guineenses, será "com toda a certeza" afectada nos próximos anos, pelo que a Guin�-Bissau terá de importar muitas mais toneladas do que as habituais 40 a 50 mil a que � obrigada anualmente para cobrir o d�fice daquele cereal. O problema acontecer� este ano e estender-se-� por 2006 e 2007, sobretudo devido �s larvas que sairáo dos ovos, disse, acrescentando para o receio de que a Guin�-Bissau possa tornar-se em mais um "país de destino" das migra��es dos gafanhotos, que atingem, na idade adulta, cerca de 15 cent�metros. Marcelino Martins indicou ainda que a Guin�-Bissau, apesar de alertada para a situa��o em Agosto de 2004, "nunca se preparou devidamente" para a eventualidade de a praga atingir o país. "estávamos a pensar que os gafanhotos, que t�m o seu habitat natural em solos �ridos e secos, como os do deserto, nunca atingissem a Guin�-Bissau. No entanto, a dimensão da praga, nunca vista no país, levou j� t�cnicos da FAO a admitir que os gafanhotos podem mudar os h�bitos alimentares e instalar-se definitivamente na Guin�-Bissau", alertou.
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