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– 25-04-2012 |
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Gastronomia: Urtiga, de erva que pica a del�cia na mesa
De planta repelente, embora j� valorizada na antiguidade, a urtiga transformou-se esta semana em produto "gourmet", reinando em sopas, entradas, prato principal e sobremesas, numa iniciativa de divulga��o da Escola Superior Agr�ria de Coimbra (ESAC). J� h� um ano a ESAC fizera iguaria da infestante e desprezada beldroega, com diversas receitas criadas pelo chefe cozinheiro Ant�nio Neves que desmente assim o insulto popular de mandar alguém "�s urtigas" j� que esta semana, em Coimbra, isso significa comer uma refei��o requintada e exclusiva. "A urtiga, planta malvista pelos seus pelos urticantes, � um verdadeiro tesouro na horta", sublinha � agência Lusa Leila Rodrigues, docente e organizadora da iniciativa. Na sua perspectiva, a esp�cie "merece estudo e divulga��o", pelas suas propriedades medicinais, pela sua utiliza��o na agricultura, nomeadamente na biol�gica, como fertilizante, como insecticida, no fabrico de queijos, e Também pelo uso na culin�ria. Assumindo o desafio que lhe foi lan�ado esta semana, o chefe de cozinha dos refeit�rios da ESAC, Ant�nio Neves, surpreendeu os gastr�nomos com uma grande diversidade de aplica��es, fazendo dela ch�, sopa, esparregado, recheio de panado de peru, de lulas, de lombo assado, e componente de sobremesas, de "semi-frio", crepes e bolos. "através dos meus conhecimentos foram criados pratos, depois de várias experi�ncias de retoque aqui e acol�", explicou o cozinheiro, frisando que para fazer sobressair o seu sabor, pouco not�rio, a conjugou com outros produtos. Quem teve a oportunidade de degustar os pratos feitos com a "erva que pica" ficou surpreendido, apesar de alguns deles conhecerem refer�ncias desde a antiguidade ao seu uso medicinal, e a uma ou outra utiliza��o popular na gastronomia. "não os experimentei a todos, mas os que experimentei estavam muito bons", confessou � agência Lusa Rui Antunes, presidente do Instituto Polit�cnico de Coimbra, instituição de que a ESAC faz parte. Rui Antunes deixou-se especialmente render ao esparregado, mas o palato da aluna Alexandra Francisco, do 2� ano de biotecnologia, foi mais estimulado pela sopa e pelo panado recheado com urtiga. "Estas são boas iniciativas no sentido de mostrar que não podemos estar concentrados apenas naquilo que j� sabemos, e que h� outros aspectos, outras plantas, que podem ter utilidade", observou Rui Antunes. Filipe Melo, engenheiro agr�nomo e docente na Escola Superior Agr�ria (ESAC), v� a urtiga como uma esp�cie com m�ltiplas utiliza��es medicinais, nomeadamente para o aparelho urin�rio, como anti-inflamatério, para o reumatismo, mas Também como insecticida biol�gico e fertilizante agr�cola. "A urtiga em si não d� grande sabor, como outras plantas. Esta deixa a marca invis�vel. não deixa a marca no trato gustativo, mas deixa l� os componentes que são bioestimuladores de um conjunto de reac��es no organismo", acentuou. Mas, os seus benef�cios não se esgotam a�. David Gomes, outro docente da ESAC, constatou que, devido � riqueza em sais de pot�ssio e c�lcio, ao envolver o queijo com as suas folhas se pode prevenir o aparecimento de bolor, e que na ind�stria artesanal pode substituir o habitual antibi�tico utilizado como inibidor. "Merece ter um tratamento mais nobre, ainda mais neste momento de crise. Muitas pessoas teráo urtigas nos seus quintais, e poder�o utiliz�-las" na cozinha, afirma Leila Rodrigues, recordando que a fibra extra�da dessa planta foi utilizada na I Guerra Mundial para as roupas dos soldados alem�es, numa altura em que escasseava o algod�o. Fonte: Lusa
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