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– 11-12-2004 |
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África : Desenvolvimento do sector agrícola essencial para combater pobrezaLisboa, 10 Dez Em entrevista à Agência Lusa, Vera Weill-Hallé destacou que a maioria dos países pobres tem uma economia baseada na agricultura, com a maioria da população a viver em áreas rurais, sendo por isso essencial garantir que estas comunidades tenham recursos próprios, que venham a gerar "outras actividades económicas". A responsável por esta agência das Nações Unidas deu o exemplo da Europa do século XIX, "que conseguiu o desenvolvimento através de melhorias ao nível das comunidades rurais, o que gerou outras oportunidades e empregos" para defender que também nos países pobres é preciso "utilizar a agricultura como motor para o desenvolvimento". "Se conseguirmos partilhar estas experiências com os países em desenvolvimento estamos a dar oportunidade às comunidades rurais de adquirirem conhecimentos que lhes permitam discutir os seus problemas com os respectivos governos e contribuir para decisões políticas que afectam directamente as suas vidas", acrescentou Vera Weill-Hallé. Neste sentido, a responsável destacou o papel das associações de agricultores dos países desenvolvidos na partilha de experiências com congéneres dos Estados mais pobres. "É preciso criar entidades capazes, dado que as instituições nestes países são geralmente fracas, de comunicar as necessidades das comunidades e tentar obter benefícios dessa intervenção", referiu. "É necessário envolver as comunidades desde o início. É uma actuação da base para o topo e não o contrário", destacou a responsável. Em relação à ajuda externa em geral, Vera Weill-Hallé destacou que "a parte social é muito importante", mas "é preciso desenvolver o sistema produtivo". E deu como exemplo uma família: "se há três filhos não se pode apenas cuidar de um". "É preciso criar um equilíbrio entre os fundos destinados ao apoio social e o apoio ao desenvolvimento da produtividade. O objectivo é dotar as pessoas de meios para poderem aceder a infra- estruturas sociais como uma clínica ou uma escola, o que gera mais desenvolvimento", sublinhou. "Se não houver actividade económica numa determinada comunidade, o desenvolvimento nunca será sustentável", defendeu. Questionada pela Lusa sobre os benefícios de iniciativas como a Nova Parceria para o Desenvolvimento de África (NEPAD), a directora do IFAD destacou que "é positivo", dado que são os próprios países pobres a assumirem as responsabilidades pelo seu desenvolvimento, embora com a ajuda da comunidade internacional. A NEPAD foi criada há três anos e pretende que os países africanos se comprometam a promover a boa governação em troca da ajuda da comunidade internacional. Na prática, o tipo de actuação do IFAD é o mesmo porque tenta aliar os conhecimentos e técnicas das comunidades rurais com a experiência dos países desenvolvidos, responsabilizando-as pelo seu próprio desenvolvimento, o que gera "uma maior motivação". "Mas, por exemplo, se quiserem ter acesso a outros mercados mais vastos, como o mercado internacional, as comunidades têm que saber como funciona, quais são as regras. É preciso ver além da perspectiva local", destacou Vera Weill-Hallé. O IFAD tem projectos em todos os países lusófonos e conta para isso com o apoio bilateral de Portugal, além das contribuições regulares do país enquanto membro da organização. O acordo de parceria, estabelecido em 2001, resultou na disponibilização por parte do governo português de cerca de 100.000 dólares para um período de três anos. A directora do IFAD está em Lisboa para negociar com o governo português a renovação desta parceria por mais um período de três anos. Em Moçambique, o IFAD criou em 2000 o Programa de Apoio aos Mercados Agrícolas (PAMA), que deverá estar concluído em 2007, com um custo total de 26,6 milhões de dólares e com o objectivo de "promover o crescimento económico através do aumento das receitas agrícolas e de uma melhoria ao nível da segurança alimentar". Em Angola, está em curso outro projecto de apoio às comunidades piscatórias da costa norte do país, com uma verba prevista de 9,3 milhões de dólares, que já beneficiou 2.300 pessoas. Em São Tomé e Príncipe existe também um projecto de apoio à pesca artesanal e a pequenos agricultores, em Cabo Verde um programa de redução da pobreza nas zonas rurais, estando previsto outros semelhantes para a Guiné-Bissau e para Timor-Leste. A ajuda do IFAD traduz-se em empréstimos, a maioria micro- crédito, a longo prazo e com juros anuais de apenas 0,75 por cento. Os beneficiários recebem ainda formação para lidarem melhor com as condições climatéricas e para que possam rentabilizar o mais possível os meios que têm à sua disposição. Além das contribuições anuais de cada um dos 163 estados-membros, o IFAD conta com contribuições adicionais dos principais países doadores com a Alemanha no topo da lista, com contribuição de 16 por cento do total do orçamento da organização. Portugal surge em 20º lugar. O objectivo da visita da directora do IFAD é também tentar alargar a parceria a outras áreas, nomeadamente a possibilidade de técnicos da organização "receberem formação em Portugal" em áreas como "a fertilização ou degradação do solo", explicou. Pretende-se ainda analisar a possibilidade de organizar um seminário em Lisboa para destacar estas experiências e o impacto dos projectos na vida das pessoas, disse.
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