Decisores políticos, investigadores universitários, gestores públicos e ativistas ambientais reúnem-se na sexta-feira em Arouca para definir as prioridades relativas aos recursos hídricos nacionais e redigir o que anunciam como a “Declaração para o Uso Inteligente da Água”.
Segundo a Câmara de Arouca, no distrito de Aveiro, essa “assembleia informal da água” vai realizar-se à porta fechada e tem já confirmada a presença de 14 entidades.
Entre as entidades inclui-se a Associação Portuguesa dos Recursos Hídricos, a Agência Portuguesa do Ambiente, a Entidade Reguladora dos Serviços de Água e Resíduos, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, a Quercus, várias concessionárias de abastecimento e também estabelecimentos de ensino e investigação como o Instituto Superior de Agronomia e a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.
Em declarações à Agência Lusa, a presidente de Câmara Municipal de Arouca, Margarida Belém, afirmou que, “num contexto de incerteza e de adaptação climática, com problemas cada vez mais complexos e desafios mais exigentes, pretende-se redigir, com o contributo de vários relatores, uma ‘Declaração para o Uso Inteligente da Água’, que será depois enviada a responsáveis políticos e ‘stakeholders’ das diversas vertentes dos recursos hídricos”.
A autarca socialista explicou que a assembleia procurará assim elaborar “um documento consensual”, que, com contributos dos cerca de 40 especialistas reunidos em Arouca, também “ficará disponível para a sociedade civil”, apontando uma estratégia comum e compilando “um conjunto de mensagens fortes para orientação no futuro”.
Com vista a esse objetivo, entre os aspetos a analisar previamente no encontro inclui-se a listagem das atuais condicionantes ao uso inteligente da água e a enumeração dos incentivos mais relevantes que devem ser desenvolvidos e disponibilizados para o efeito, sejam eles “financeiros ou outros”.
Gestão de água em meio urbano, evolução para as chamadas “sociedades hidrossensatas”, adaptação às alterações climáticas, serviços regulatórios dos ecossistemas hídricos e fenómenos hidrológicos extremos em resultado de alterações na cobertura vegetal dos territórios são outros dos temas a discutir.
“No cenário cada vez mais recorrente de seca e escassez de água, o que pretendemos é que a ‘Declaração de Arouca’ contribua para a definição de prioridades e incentive mudanças práticas, com reais e efetivos resultados”, concluiu Margarida Belém.