O presidente do Chega, André Ventura, desafiou hoje os restantes partidos para um compromisso com vista a eliminar taxas sobre a agricultura, e acusou PS e PSD de falharem a este setor nos últimos anos.
Na véspera do arranque oficial da campanha para as eleições legislativas de 10 de março, André Ventura quis colocar em cima da mesa o tema da agricultura, afirmando que “não tem sido falado nesta campanha” nem nos debates entre os líderes partidários.
André ventura introduziu este tema durante uma arruada na zona da Praia da Areia Branca, na Lourinhã (distrito de Lisboa), afirmando que “no Oeste é muito visível como o PS nos últimos anos, mas também PSD, falharam à agricultura portuguesa”, setor que considerou estar “um desastre”.
“Nós estamos a ver por toda a Europa manifestações gravíssimas de agricultores a cortar estradas, a impedir abastecimentos. Se queremos que Portugal seja tranquilamente um país que apoia a sua agricultura, que não venha a ter problemas com os seus agricultores, nós também temos que fazer a nossa parte e a nossa parte é um compromisso com a agricultura portuguesa”, defendeu.
O presidente do Chega apontou “uma sobretaxação” deste setor, sustentando que existem “hoje em dia, mais de 1200 taxas, quer de natureza ambiental, quer de natureza agrícola, quer outro tipo de taxas, sobre a agricultura”.
Alertando que a agricultura está “sufocada em impostos”, André Ventura disse querer que Portugal deixe “de ser um dos países da Europa com mais taxas sobre a agricultura”.
“É evidente que há imensas questões que têm que ser resolvidas: a questão dos preços do gasóleo, do combustível, o gasóleo verde, mas esta eu diria que é a mais urgente”, defendeu.
Questionado porque não optou por visitar uma exploração agrícola para abordar este tema, André Ventura respondeu: “Vamos fazer uma arruada e vamos passar por várias pessoas. Várias das pessoas que estão aqui são agricultores e juntaram-se a nós e são quem nos passa o testemunho dos problemas reais do setor”.
Durante a arruada junto à praia, André Ventura foi maioritariamente abordado por apoiantes que pediam fotografias e davam palavras de apoio.
A iniciativa juntou cerca de uma centena de pessoas, incluindo candidatos e dirigentes, algumas com cachecóis e bandeiras do partido.
Um grupo de bombos abria e anunciava a arruada, mas foram poucas as pessoas na rua por quem a comitiva passou numa tarde em que a chuva ameaçava.