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– 29-07-2004 |
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Douro : Viticultores manifestam-se com faixas negras, sardinhas, febras e vinhoVila Real, 28 Jul A concentração ocorreu frente ao edifício da Casa do Douro durante a manhã, com os vitivinicultores empunhando faixas negras que pretendiam simbolizar a "fome a miséria" em que a população vive no Douro Património Mundial. Junto às portas da instituição, representativa de cerca de 40 mil vitivinicultores, foram colocadas pipas de vinho para quem quisesse acompanhar com um "bom copo do Douro" as sardinhas, febras e frango assado que se assavam ao lado. Já ao final da manhã, algumas dezenas de agricultores invadiram as instalações do Instituto do Vinhos Douro e Porto (IVDP), numa tentativa de falar com a direcção da instituição. A GNR interveio para acalmar os ânimos e os produtores abandonaram o edifício, depois da intervenção do presidente da Casa do Douro, Manuel António Santos, que apelou para a retirada daquelas instalações e se comprometeu a agendar uma reunião entre o presidente do IVDP e uma comissão de vitivinicultores. Os manifestantes protestavam contra o comunicado de vindima – documento que define as regras para a vindima de 2004, que foi aprovado pelo Conselho Interprofissional do IVDP na semana passada, com os votos contra dos representantes do sector da produção. O comunicado de vindima estabelece o quantitativo de 126 mil pipas para transformar em vinho do Porto na vindima deste ano e define um aumento deste benefício em percentagens desiguais para as letras das uvas, as quais são atribuídas a cada agricultor em função da qualidades das uvas. Para Manuel António Santos, o "problema" não é o valor aprovado mas sim a falta de medidas para garantir o escoamento do vinho. O documento prevê uma valorização das letras (das uvas) proporcional à qualidade, ficando definidos os montantes (por litros a beneficiar em cada hectare) para a letra A – 2570 litros, B – 2529, C – 2339, D – 2227, E – 1979 e F – 861. Ou seja, a letra A sobe 17,5 por cento e a letra F aumenta 9,8 por cento. Uma situação que, para Manuel António Santos, "prejudica os viticultores que têm a letra menos nobre" e, por isso, defendeu um aumento do beneficio em percentagem igual para todas as letras, de forma a que o fosso entre as letras A e F "não seja alargado". Maria Helena Félix, 52 anos, agricultora em Vila Nova de Foz Côa, salientou as dificuldades financeiras sentidas pela sua família e referiu que as nove pipas de vinho de benefício que tem por ano "são insuficientes" para fazer face às despesas que anualmente tem com a vinha. "Estas medidas vão, mais uma vez, prejudicar os pequenos produtores em detrimento dos grandes proprietários", afirmou Manuelito Monteiro, 61 anos, vitivinicultor em Guiães, Vila Real. Manuel José Henriques, 65 anos, produtor de Alijó exigiu um "benefício igual para todos" e destacou as dificuldades sentidas pelos lavradores no escoamento dos vinhos de mesa, que se vendem "entre os 14 e 25 contos ou pouco mais". O comunicado também estabelece que a Conta-Produtor, que até agora pertencia à Casa do Douro, passe para o nome do IVDP, o que, para Manuel António Santos, representa mais um esvaziamento das funções da instituição duriense. "Esta Conta-Produtor permitia à produção ter um lugar de observação sobre os negócios que se faziam com os vinhos", explicou. Também para Armando Carvalho, dirigente da Associação dos Vitivinicultores Independentes do Douro (AVIDOURO) a "situação dramática" que se vive na região é uma consequência das alterações institucionais que se introduziram no Douro no ano passado. O responsável criticou ainda a posição do presidente do IVDP, Jorge Monteiro, que se "colocou ao lado do comércio contra os agricultores". Uma crítica que levou muitos agricultores a exigirem a demissão deste responsável. A Agência Lusa tentou entrar em contacto com a direcção do IVDP, o que não foi possível porque todos os elementos estiveram numa reunião no Ministério da Agricultura. Manuel António Santos referiu ainda que a Casa do Douro já pediu uma audiência com o primeiro-ministro, Pedro Santana Lopes, para dar a conhecer os "problemas do Douro". O presidente afirmou ainda que, se as reivindicações e preocupações dos agricultores não forem ouvidas, os durienses poderão organizar "uma grande manifestação" para o final da época da vindima e poderão mesmo apelar ao boicote nas próximas eleições.
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