No dia 3 de maio, o webinar sobre a produção florestal de Pinus patula convidou a conhecer uma espécie de pinheiro plantada na África Subsariana, estando presente de forma mais expressiva em países, como a Etiópia, o Quénia, Madagáscar, Malawi, África do Sul, Tanzânia e Zimbabwe.
Este foi o terceiro evento do ciclo “Silvicultura de pinheiro: fatores internacionais de sucesso”, promovido pelo Centro PINUS em parceria com a IUFRO – International Union of Forest Research Organizations, tendo sido a sessão que reuniu mais nacionalidades diferentes, até à data.
O webinar teve como orador convidado Wubalem Tadesse, investigador principal no Ethiopian Forestry Development (EFD), que contextualizou a distribuição, a ecologia, a produtividade, entre outras particularidades desta espécie utilizada no continente africano.
Sendo uma espécie nativa do México, foi uma das espécies de crescimento rápido introduzida em África, a partir do início do século XX, particularmente em regiões de clima tropical a subtropical.
Wubalem Tadesse referiu que a aposta no Pinus patula deve-se à necessidade de cumprir com os objetivos de desenvolvimento sustentável (SGD) na luta contra a pobreza, o acesso a água potável, a fixação de carbono e a redução dos efeitos das alterações climáticas. Deste modo, contrariando a tendência de degradação e desflorestação provocadas pela rápida expansão da agricultura e pela utilização da madeira como combustível.
Em termos de silvicultura, são seguidos os modelos tradicionais de condução de povoamentos puros, com exceção da utilização da regeneração natural, optando sempre por nova plantação após corte-final.
A produtividade desta espécie ronda os 10 a 40 m3/ha/ano dependendo das condições edafoclimáticas. A madeira é utilizada para lenha, produção de caixas, postes, pasta de papel, madeira laminada, carpintaria e mobiliário.
Em Portugal, não temos conhecimento da utilização desta espécie de Pinus. Sendo de crescimento rápido, eventualmente poderia ter boas produtividades nas melhores condições edafoclimáticas. No entanto, tratando-se de uma nova espécie exótica, a sua introdução teria sempre de ser precedida por uma análise de risco do seu potencial invasor. Seguidamente, seria necessário realizar ensaios que fornecessem informação sobre a sua efetiva adaptação, incluindo pragas e doenças, a sua produtividade e adequação à procura de madeira pelo mercado nacional.
Este webinar foi conduzido por Margarida Mendes-Silva, Gestora de Projetos Sénior do Centro PINUS, e contou com uma intervenção inicial de Teresa Fidalgo Fonseca, na qualidade de coordenadora da Unidade de Silvicultura e Ecologia de pinheiros da IUFRO, fazendo uma breve introdução sobre a atuação desta organização internacional que congrega investigadores de ciências florestais de todo o mundo.
Por motivos técnicos relacionados com a instabilidade da internet por parte do orador, a sessão teve de ser gravada previamente, mas foi acompanhada por Wubalem Tadesse que esteve disponível para esclarecer as questões ou os comentários colocados pela audiência.
Este webinar contou com 195 inscritos e mais de 90 participantes online, oriundos de 32 países de quatro continentes, maioritariamente, agentes do setor florestal, investigadores e estudantes de ciências florestais.
Para os que não tiveram oportunidade de participar, ou quiserem rever, a gravação está disponível a partir deste link do canal de Youtube do Centro PINUS.
A apresentação de Wubalem Tadesse está disponível para download aqui.
Pode, igualmente, ver ou rever aqui a gravação dos primeiros webinares deste ciclo internacional dedicados ao Pinheiro-Silvestre na Europa Central e ao Pinus radiata no Chile.
A IUFRO convida-o a acompanhar as mais recentes novidades da comunidade científica internacional em torno das florestas e da produção silvícola. No próximo ano, viaje até à Suécia e participe, de 23 a 29 de junho de 2024, no 26.º Congresso Internacional da IUFRO, dedicado ao tema “Forests & Society towards 2050”. Saiba mais aqui.
Artigo publicado originalmente em Centro PINUS.