Novo estudo sobre a “desigualdade intergeracional” das alterações climáticas concluiu que as crianças de hoje vão enfrentar ao longo da vida três vezes mais fenómenos climáticos extremos do que quem nasceu na década de 1960
Se a temperatura do planeta continuar a subir ao ritmo atual, uma criança de seis anos hoje assistirá em média a três vezes mais desastres climáticos do que os avós.
A conclusão é de um estudo divulgado este domingo na publicação científica Science, o primeiro a analisar a “desigualdade intergeracional” face às alterações climáticas.
Segundo os investigadores, as crianças de agora deverão enfrentar, ao longo da vida, o dobro dos incêndios florestais, 1,7 vezes mais ciclones tropicais, 3,4 mais cheias, 2,5 mais colheitas destruídas e 2,3 mais secas do que alguém nascido na década de 1960. Por outro lado, estão cinco vezes mais expostos a desastres do que se tivessem vivido há 150 anos.
A crise climática não afetará igualmente todas as geografias. De acordo com o estudo, as crianças na África Subsariana vão passar por 50 a 54 vezes mais ondas de calor do que no período pré-industrial.
O impacto das alterações climáticas não está limitado às crianças. Qualquer pessoa com menos de 40 anos vai enfrentar um nível sem precedentes de eventos climáticos na sua vida. A probabilidade de tal acontecer era […]