O primeiro-ministro advertiu hoje que o maior risco que o país corre é desmobilizar na determinação de operar uma transformação de fundo na floresta, depois de alguns anos de “sucesso” na redução de incêndios.
Esta posição foi assumida por António Costa no final de um Conselho de Ministros dedicado ao tema das florestas, que se realizou em Monsanto, em Lisboa, e que foi presidido pelo chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa.
Na sua intervenção, tendo ao seu lado o Presidente da República, o primeiro-ministro referiu que, após a reforma da proteção civil de 2006, à qual se seguiram “bons resultados ao longo de uma década, em 2017 o país pagou depois com um preço brutal em vidas humanas toda a reforma da floresta que ficou por fazer”.
“O maior risco que o país pode correr é cada vez que há sucesso na diminuição do número de incêndios, ou na dramaticidade dos seus efeitos, desmobilizar na determinação de se fazer a transformação de fundo”, salientou António Costa.
O primeiro-ministro apontou que, desde 2017, até hoje, se registou “uma diminuição para metade do número de incêndios e da área ardida”.
“Mas este sucesso não nos pode fazer esquecer o essencial: O mais importante, que tem a ver com a reconstrução da paisagem, com a reforma profunda da floresta, é um combate permanente e tem de continuar a ser permanente ao longo das próximas décadas”, vincou.
No breve discurso que proferiu no final do Conselho de Ministros, o líder do executivo defendeu a tese de que, no domínio da floresta, exige-se uma ação nos elementos estruturais e referiu-se de forma sumária aos diplomas hoje aprovados.
“O mais importante daquilo que hoje foi aprovado é o conjunto de instrumentos relativos ao ordenamento do território, o ordenamento da paisagem, intervenções relativas à gestão integrada do espaço rural e desenvolvimento de valências da proteção civil preventiva, com a qualificação daqueles que são chamados a intervir no combate aos incêndios e reforço dos meios aéreos confiados à Força Aérea”, apontou.