A 28ª Conferência da ONU sobre a Alterações Climáticas (COP28), onde se espera uma batalha feroz pelo abandono dos combustíveis fósseis e pelo financiamento da transição energética nos países em desenvolvimento, foi hoje inaugurada oficialmente no Dubai.
O presidente egípcio da COP27, realizada no ano passado, Sameh Shoukri, chefe da diplomacia egípcia, apelou, na abertura, à realização de um minuto de silêncio por “todos os civis que morreram no atual conflito em Gaza” e por dois diplomatas veteranos da COP que morreram recentemente.
Representantes de quase 200 países, incluindo Portugal, estão reunidos para duas semanas de negociações presididas pelos Emirados Árabes Unidos.
Esta será a primeira vez, após o Acordo de Paris, em que se irá fazer um balanço global da situação no mundo em termos de mitigação das alterações climáticas
Na COP21 em Paris, em dezembro de 2015, surgiu o chamado Acordo de Paris, no qual a quase totalidade dos países do mundo se comprometeram a limitar o aumento da temperatura média global a dois graus celsius (2ºC) acima dos valores da época pré-industrial, e de preferência não ultrapassar 1,5ºC. Está provado que a temperatura no planeta tem vindo a aumentar e que tal se deve em grande parte à ação humana.
O acordo prevê um mecanismo de compensação de emissões, o mercado de carbono. E prevê que cada país apresente as suas contribuições para baixar as emissões.
Embora não seja ano de revisão das contribuições nacionais a COP é sempre um momento de alguns países anunciarem novas metas, especialmente de redução da produção de energia a partir de combustíveis fósseis.
A adaptação às alterações climáticas, que já existem e que vão continuar mesmo com uma redução da emissão de gases com efeito de estufa, será outro dos temas em debate. As COP pretendem sempre levar os países a aumentar a proteção e restauro de ecossistemas, e a tornar mais resistentes a essas alterações, seja infraestruturas (como as casas) ou produção agrícola.
A COP28 vai também insistir na necessidade de serem cumpridas as promessas de mobilizar anualmente 100 mil milhões de dólares, para ajudar os países pobres no combate e adaptação às alterações climáticas.
O presidente da COP28 já disse que é preciso duplicar o financiamento da adaptação até 2025 e vai debater um plano para diminuir as emissões de metano e o eventual aumento da energia nuclear.
A Conferência das Partes (países) da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas irá decorrer até 12 de dezembro.